A Federação Nacional de Educação criticou hoje o Governo por não ter ainda divulgado as colocações dos professores, quando faltam poucos dias para o início do ano letivo, e considerou que o novo ano será de “grande intranquilidade”.
Reagindo a declarações do ministro da Educação, que disse na quarta-feira considerar que o ano letivo 2018/19 vai começar com tranquilidade, a Federação Nacional de Educação (FNE) referiu hoje que, aos antigos problemas que “se arrastam há anos”, se juntam novos dramas criados pelo Ministério.
“Desde logo, deve ser denunciada a incapacidade deste Ministério da Educação para resolver o problema dramático das colocações de professores feitas em cima da abertura do ano letivo”, sublinha a FNE, lembrando que isso faz com que “milhares de professores tenham escassas horas para organizarem toda a sua vida pessoal e familiar”.
Além disso, refere a federação sindical, o novo ano vai começar “sem que as escolas estejam dotadas dos funcionários de que precisam” como assistentes operacionais, assistentes técnicos ou psicólogos.
A isto ainda se junta o atraso na resolução das situações dos trabalhadores precários, acrescenta, sublinhando que “o que, de certeza, vai continuar a marcar as escolas vai ser a precariedade, a insegurança, a intranquilidade”.
O aumento da idade média dos professores, por falta de reconhecimento do desgaste físico, psíquico e psicológico da profissão e a ausência de definição das condições de operacionalização dos currículos do ensino básico e secundário são outras das críticas apontadas.
O ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, disse na quarta-feira à rádio TSF que “tudo está preparado para que o ano letivo comece com normalidade de tranquilidade”, recordando alturas em que os anos letivos não começavam em setembro.
"Pudemos fazer algo que não acontecia até 2016. Em 2016, 2017 - e acreditamos que também em 2018 - começámos com normalidade e tranquilidade os anos letivos e em setembro", disse Tiago Brandão Rodrigues à margem do Summer Cemp, que decorre esta semana em Marvão.
"Nós pudemos, pelo menos nestes últimos dois anos, começar exatamente onde queríamos e agora estão criadas todas as condições para que o ano escolar possa começar a tempo e possamos fazer todo o trabalho de educação para a cidadania e inclusiva", sublinhou.
Autor: Lusa