O Presidente da República disse hoje, após ter votado, que não está preocupado com a abstenção porque a campanha foi “muito mexida e participada”, não vendo razões para, nomeadamente os jovens, não irem votar.
“Foi uma campanha muito, muito mexida, muito participada, com debates, e mesmo a nível local, e com o interesse da gente nova. A grande dúvida era saber se os jovens se interessavam ou não. Ora, os jovens, nas últimas eleições Legislativas mostraram uma participação crescente. Não há razão para, a nível local, que quem conhece muito melhor os candidatos e estão mais próximos, não haver um aumento também de participação”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa.
Para o chefe de Estado, outra das razões para não estar preocupado com a abstenção prende-se com o facto das últimas eleições Autárquicas terem sido em 2021, “num momento próximo de saída da pandemia” da covid-19, “o que poderá ter levado menos gente às urnas”.
Depois de ter votado em Molares, Celorico de Basto, Marcelo Rebelo de Sousa reafirmou o que disse no sábado na sua mensagem de apelo ao voto e falou da importância das eleições de hoje numa altura em que “os problemas locais ganham muito relevo, devido ao dinheiro que está aí para ser gasto”.
“Nunca houve um número tão elevado de listas, somando tudo. Foi o que disse a Comissão Nacional de Eleições. E, por outro lado, os problemas locais ganham muito relevo, devido ao dinheiro que está aí para ser gasto. Há uma parte desse dinheiro que vem da Europa e que é muito, e que é por uma vez, não voltamos a ter assim tanto dinheiro. Uma parte é gasta através das autarquias”, vincou.
Em declarações aos jornalistas depois de ter distribuído cumprimentos e antes de entrar no carro em direção a um restaurante local onde já tinha a sua encomenda de pão-de-ló a aguardar, Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que a população deve ter um “grande empenho em votar” porque os próximos quatro anos serão “decisivos”.
“Ou nós damos o salto com este dinheiro, porque são muitos milhares de milhões de euros, ou é uma operação desperdiçada”, disse.
A este propósito, e uma vez que os valores em causa de fundos europeus serão geridos pelas Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDRN), quando questionado sobre se não faria mais sentido a população passar a votar diretamente para estas estruturas, o chefe de Estado foi cauteloso na resposta.
“Já votam indiretamente na medida em que as Assembleias Municipais, quer dizer, os municípios votam na escolha de alguns membros da CCDR. Agora, no futuro, isso tem a ver com uma decisão a tomar relativamente à regionalização. Isso foi uma questão que não ficou resolvida no passado. Era o antigo primeiro-ministro que dizia que até 26 provavelmente não seria tratado. Veremos se o Parlamento, no futuro, tenciona ou não dar esse passo”, disse.
Quanto à Lei das Autarquias, sem dar a sua opinião sobre eventuais mudanças, mas confessando-se um “defensor do papel importantíssimo das Assembleias Municipais”, Marcelo Rebelo de Sousa disse que se houver uma alteração da lei e que lhe chegue às mãos até ao fim do mandato, pronunciar-se-á.
Este é o último mandato de Marcelo Rebelo de Sousa como Presidente da República.
Hoje, o chefe de Estado não quis adiantar datas sobre as próximas eleições, mas voltou a apontar a data que mais o convence neste momento.
“já disse que a minha inclinação é tendencialmente para o dia 18 de janeiro, mas estamos ainda longe, ainda estamos no dia do voto”, referiu