O designer de moda Gonçalo Peixoto, natural de Vila Nova de Famalicão, esteve em destaque no programa da terceira edição da Festa das Vindimas, que neste fim de semana aliou vinho, gastronomia, música e cultura na Quinta do Sampayo, no município ribatejano do Cartaxo.
Num cartaz com atuações musicais de Tony Carreira, Toy, David Fonseca, Lena D’Água, Herman José e Fernando Alvim, Gonçalo Peixoto falou do seu percurso profissional, no dia a seguir a ter apresentado na passerelle da ModaLisboa a sua visão de como a rainha de França Maria Antonieta se vestiria na atualidade.
Numa das oficinas do programa da Festa das Vindimas, o famalicense de 28 anos abordou dez anos de carreira, desde que começou os estudos de Design de Moda, em Guimarães, e prosseguiu com a licenciatura na Escola Superior de Artes e Design, no Porto.
Tendo começado a marca aos 18 anos, possui atualmente um ateliê no Porto, com oito pessoas. Faz cerca de 5 mil encomendas por ano, requisitadas maioritariamente online.
O estilista diz que a chave do seu sucesso é «ouvir as clientes», sendo que cada peça é adaptada ao seu gosto e às suas caraterísticas físicas. «Só sou estilista porque alguém usa a minha roupa no dia-a-dia», afirma.
O criador veste figuras nacionais como Rita Pereira ou Cristina Ferreira ou internacionais como Rita Ora. Já figurou na revista Forbes como uma das 30 personalidades com menos de 30 anos e foi nomeado duas vezes para os Globos de Ouro. Com a marca consolidada a nível nacional, a aposta é na internacionalização.
Para além da presença de Gonçalo Peixoto e da animação musical, a Festa das Vindimas contou com conversas intimistas, conduzidas por Rui Tendinha, com Joaquim de Almeida, Bárbara Guimarães, Rui Melo e Elsa Teixeira. À mesa, o destaque foi para as criações de Justa Nobre, Miguel Silva, Alexandre Dinis e Tiago Santos.
Tendo como palco a propriedade localizada no Vale da Pinta, esta foi a terceira edição da Festa das Vindimas, evento que surgiu como forma de agradecer aos parceiros do relançamento da Quinta do Sampayo, tendo-se aberto à comunidade nas duas edições seguintes.
A responsável pela Quinta do Sampayo, Ana Macedo, revela que a propriedade foi adquirida pelo pai, José Júlio de Macedo, em 1995, e esteve em produção até 2013. Nos dez anos seguintes, a vinha foi tratada «o mínimo indispensável para estar viva» e as uvas vendidas a granel. «A vinha não foi abandonada, mas teve muita falta de carinho», diz.
Em 2022, Ana Macedo e o marido, Pedro Emídio, juristas de formação, decidiram iniciar um caminho «muito longo» de recuperação de vinhas com 25 anos, numa prática de viticultura regenerativa, sob orientação de André Domingos, e de plantação de novas áreas. Com a adega ainda funcional, o produtor investiu na construção de uma ETAR, que posteriormente vai permitir usar a água na rega das vinhas.
Mencionada por Almeida Garrett na obra “Viagens na Minha Terra”, a Quinta do Sampayo tem 55 hectares de vinhas, produzindo atualmente três vinhos, com enologia de Marco Crespo – branco 2023 e 2024, com Arinto e Fernão Pires, e tinto 2023, com Castelão, Syrah e Touriga Nacional –, estando previsto o lançamento do tinto de 2024 ainda este ano e de um rosé em 2026.
Para além da produção de vinho, a propriedade aposta na vertente de enoturismo, com a realização de visitas, provas e eventos, numa parceria com a chef Justa Nobre.