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PSP “está blindada contra qualquer tipo de politização", diz diretor nacional

PSP “está blindada contra qualquer tipo de politização", diz diretor nacional
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 05 de fevereiro de 2025, às 17:31

O diretor nacional da PSP disse hoje que a polícia “está blindada contra qualquer tipo de politização ou partidarização” e negou ter recebido instruções das entidades políticas para a realização de qualquer operação, existindo apenas estratégicas da tutel

“A PSP está blindada contra qualquer tipo de politização ou partidarização na sua ação. A nossa obediência é à Constituição e à lei. Os polícias da PSP na sua matriz têm o serviço ao cidadão como objetivo sempre presente”, disse Luís Carrilho aos deputados da comissão parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

O diretor nacional da Polícia de Segurança Pública, que hoje foi ouvido no parlamento sobre a operação policial efetuada em dezembro no Martim Moniz, em Lisboa, a pedido dos grupos parlamentares do PS, Bloco de Esquerda e Livre, foi questionado sobre a instrumentalização da PSP por parte do Governo.

Luís Carrilho indicou que a Polícia está dentro do Ministério da Administração Interna (MAI) e, “como é natural”, existem instruções estratégicas por parte do MAI.

Segundo o responsável, estas orientações estratégicas estão escritas e são realizadas em coordenação com a GNR e a Polícia Judiciária.

“Como é natural, eu reporto à ministra da Administração Interna, que dá instruções de mais proximidade e maior segurança. Agora nunca, em 38 anos de polícia, tenho conhecimento que alguma entidade política tenha dado instruções à PSP para fazer operações aqui ou ali. Pode ter existido, mas nos oito meses que eu levo [enquanto diretor nacional] nunca tive nenhuma indicação”, realçou.

A operação policial no Martim Moniz deu origem a várias críticas, depois de várias imagens que mostravam dezenas de imigrantes encostados à parede, com as mãos no ar, para que fossem revistados.

Sobre esta “operação especial de prevenção criminal”, o diretor nacional justificou a ação com as 52 denúncias e participações com utilização de armas naquela zona, frisando que o Ministério Público esteve presente nesta operação no Martim Moniz.

Luís Carrilho sublinhou também que está prevista na lei a realização de revistas a pessoas no âmbito de uma operação especial de prevenção criminal, que foi o que sucedeu na operação em causa.

“Todas as pessoas que foram revistadas foram devidamente identificadas e consta de todo o expediente que é feito”, precisou, destacando que os resultados da operação “são relevantes e muito importantes”, uma vez que menos uma arma fora de circulação é “menos um potencial de haver alguma ação ou suspeita de algum crime”.

A operação policial de 19 de dezembro resultou na detenção de duas pessoas e na apreensão de quase 4.000 euros em dinheiro, bastões, documentos, uma arma branca, um telemóvel e uma centena de artigos contrafeitos.

O diretor da PSP indicou igualmente que as operações “são conduzidas com base em indícios e em informação”.

Aos deputados, disse que a PSP realizou 1.413 operações especiais de prevenção criminal entre 2012 e 2024 e só no Comando Metropolitano de Lisboa (Cometlis) foram 92 em 2024 e 94 em 2023.

Como exemplo, apontou as operações especiais de prevenção criminal que a polícia já realizou na área do Cometlis na Praia do Tamariz, estações de Carcavelos e Algés, Casal da Mira (Amadora), Cais do Sodré, Bairro Alto e Portela de Carnaxide e muitos outros

“Com base na informação que chega, seja à divisão de investigação criminal, seja aos comandantes das divisões, há um relacionamento com o MP e depois as operações são autorizadas e acompanhadas ou não pelo MP”, disse ainda.