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Sapadores terminam vigílias no Porto e em Braga e anunciam reunião com o Governo

Sapadores terminam vigílias no Porto e em Braga e anunciam reunião com o Governo
Fotografia Lusa

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 15 de outubro de 2024, às 16:51

Estes profissionais iniciaram em setembro vigílias para chamar a atenção “o reconhecimento da profissão como profissão de risco e desgaste rápido".

Os Sapadores Bombeiros que estão em vigílias há 43 dias em Braga e no Porto decidiram terminar esta terça-feira, dia 15 de outubro, aquele protesto e anunciaram que um dos sindicatos do setor foi convocado pelo Governo para “negociações sobre o futuro” daqueles profissionais.

“A decisão de terminar o protesto já tinha sido tomada, mas vemos com satisfação, e como sinal de boa-fé por parte do Governo, o anúncio desta manhã da convocação de uma reunião com o Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores”, disse, em declarações aos jornalistas, um dos representantes do movimento que dinamizou o protesto, Paulo Carvalho.

Aqueles profissionais iniciaram em setembro vigílias no Porto, Braga e Lisboa para “chamar a atenção e alertar” para aquilo que consideram “ser justo”, que é “o reconhecimento da profissão como profissão de risco e desgaste rápido, a atribuição de um subsídio de risco digno e a revisão da tabela remuneratória”. Em Lisboa, o protesto dos Sapadores irá continuar mas no âmbito de uma greve dos trabalhadores do município.

Também na manhã desta terça-feira, deu conta aquele bombeiro, “foi entregue na Assembleia da República uma petição com mais de 16 mil assinaturas na qual constam todas as reivindicações dos Sapadores para que os partidos a possam analisar e discutir”. O Sindicato dos Trabalhadores do Município de Lisboa (STML) e dezenas de bombeiros entregaram na Assembleia da República uma petição, com 20 mil assinaturas, exigindo medidas de valorização dos bombeiros sapadores da administração pública e da sua carreira.

Durante esta manhã estiveram na praça General Humberto Delgado, no Porto, cerca de 100 sapadores para assinalar o fim das vigílias e dar conta que “a luta continua” até que a situação “esteja bem resolvida”. “Esta decisão [de terminar a vigília] foi concertada e em resposta à tomada de posição dos deputados [da Assembleia da República] que no dia 9 aprovaram um projeto de lei para que a nossa profissão seja considerada de risco e desgaste rápido (…) isto não implica que como forma de luta estejamos presentes sempre que houver um membro do Governo, nos façamos ouvir para que não caiamos no esquecimento, e novas formas de luta podem aparecer”, explicou Paulo de Carvalho.

Sobre a reunião anunciada entre Governo e um dos sindicatos do setor, os sapadores encaram o gesto como “sendo de boa-fé” por parte do Governo, mas deixaram vários apelos: “Apelamos ao Presidente da República, ao presidente da Assembleia da República, ao primeiro-ministro, aos deputados que não se esqueçam de nos ajudar [quando o projeto de lei aprovado for discutido] na especialidade”. “A promessa do Governo [foi] até ao primeiro trimestre de 2025 termos respostas às nossas solicitações. O Governo hoje abriu as portas a um sindicato para que dia 24 comecem negociações, um sinal de boa-fé (…)queremos acreditar na boa-fé do Governo”, disse Paulo Carvalho.

Os Sapadores Bombeiros estão presentes em 25 cidades do país com mais de três mil elementos.