Centenas de bombeiros sapadores fardados ocupavam esta quarta-feira às 13j00 as escadarias da Assembleia da República, em Lisboa, enquanto a polícia formava um cordão à entrada do parlamento. À mesma hora, chegavam reforços da Unidade Especial de Polícia da PSP. Ao fundo da escadaria, os manifestantes incendiaram vários pneus e queimaram um fato de trabalho dos bombeiros.
Às 13h20, um caixão branco foi levado em braços para a porta do parlamento enquanto os manifestantes gritavam a palavra vergonha, responsabilizando os decisores políticos pela situação da classe. À frente das centenas de sapadores fardados, um grupo de manifestantes envergava t-shirts negras com a inscrição “Sapadores em Luta”.
Uma cruz de Cristo e tarjas com frases como “bombeiros sapadores em luta. Esqueceram-se de nós!… outra vez…” ou “sabes quem vai salvar o teu filho” estavam colocadas à frente do protesto. Alguns manifestantes desafiaram os deputados, o primeiro-ministro e o Presidente da República a fazerem uma ‘selfie’ no cenário da manifestação, junto aos sapadores. Durante o protesto, os manifestantes cumpriram um minuto de silêncio, em homenagem aos bombeiros que morreram nos incêndios do mês passado no centro e norte do país.
O rebentamento de vários petardos marcou o início da manifestação, um protesto ruidoso que começou ao meio-dia com latas de fumo e ao som de heavy metal e rock n’roll. Cerca de 20 minutos depois, alguns bombeiros, fardados, forçaram a subida da escadaria da Assembleia da República.
Apesar da ordem policial para descerem, os bombeiros continuaram a formar e a libertar fumos de foguetes, acabando por se sentar nos degraus. Às 12h30 cantaram o hino nacional, depois de terem gritado uma única palavra de ordem: “Sapadores”.
Em declarações à Lusa, o presidente do Sindicato Nacional dos Bombeiros Sapadores, Ricardo Cunha, afirmou que não estava prevista esta forma de protesto. Acrescentou, no entanto, que a organização esperava mais de mil bombeiros na ação de protesto: “Só de fora [de Lisboa] vêm 600”.
Os sapadores lutam por uma regulamentação do horário de trabalho, pela reforma aos 50 anos e por um regime de avaliação específico, entre outras condições de trabalho.