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UA desenvolve sensor de temperatura e radiação para usar em ambientes extremos

UA desenvolve sensor de temperatura e radiação para usar em ambientes extremos
Fotografia Unsplash

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 29 de julho de 2024, às 14:17

Segundo a academia, o sensor pode ser usado em incêndios ou na indústria aeroespacial.

Um grupo de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) desenvolveu um sensor de diamante que permite a medição simultânea de temperatura e radiação em ambientes extremos, podendo ser usado em incêndios ou na indústria aeroespacial, informou esta segunda-feira fonte académica.

Segundo um comunicado da UA, existem inúmeras possibilidades de aplicação desta tecnologia, estando a ser desenvolvidos contactos com empresas tendo em vista a aplicação deste conhecimento e a utilização deste sensor em situações reais. “É a primeira vez que é desenvolvido um sensor de temperatura que permite a medição, com ou sem contacto, numa gama elevada de temperaturas, desde temperaturas criogénicas (na ordem dos -200ºC) até cerca de 450ºC, em ambientes particularmente hostis”, disse Miguel Neto, membro da equipa, citado na mesma nota.

Dado o reduzido tamanho e o seu baixo tempo de resposta a pequenas variações de temperatura criadas pelos diferentes processos de transferência de calor, estes sensores apresentam-se como solução em inúmeras aplicações, explica a equipa de investigação. “A elevada inércia química e a inerente biocompatibilidade destes sensores potenciam a sua utilização em plataformas para a imobilização de biomoléculas, deteção de reações químicas em processos onde ocorre troca de calor, em ambientes químicos e biológicos. A sua elevada robustez mecânica e resistência à radiação ionizante possibilita ainda a aplicação destes sensores na indústria mecânica, nuclear e aeroespacial”, refere a mesma nota.

O sensor desenvolvido por investigadores do Departamento de Engenharia de Materiais e Cerâmica (DEMaC) e do CICECO - Instituto de Materiais de Aveiro também já foi usado em equipamentos de proteção individual, nomeadamente num capacete de bombeiros para o combate a incêndios urbanos, no âmbito de uma prova de conceito.

Atualmente, uma empresa portuguesa encontra-se a testar a tecnologia, nomeadamente para a monitorização e deteção precoce de incêndios em áreas rurais e/ou florestais e em equipamentos de proteção individual. No entanto, segundo o grupo de investigação, dadas as características deste sensor, ainda se podem antever muitas outras possibilidades e aplicações comerciais.

Esta tecnologia foi alvo de um pedido de patente nacional, tendo-se avançado com a proteção internacional via Patent Cooperation Treaty (PCT), o Sistema Internacional de Patentes, o que permite ainda futuramente a proteção alargada desta tecnologia, em diferentes territórios.