twitter

Enfermeiros do setor privado em greve na próxima semana por melhores condições

Enfermeiros do setor privado em greve na próxima semana por melhores condições
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 02 de julho de 2024, às 15:06

O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) justificou hoje a greve de dois dias dos enfermeiros dos hospitais privados marcada para a próxima semana com a necessidade de serem retomadas as negociações sobre melhores condições de trabalho e valorização

 

Numa conferência de imprensa em Coimbra, junto ao Hospital da Luz, o responsável do setor privado do SEP, Rui Marroni, disse que desde janeiro, após a entrega de uma contraproposta à Associação Portuguesa de Hospitalização Privada (APHP), as negociações estão paradas, “o que não faz nenhum sentido”.

“Foi apresentada pela APHP, em meados de novembro [de 2023], uma proposta de revisão do contrato coletivo de trabalho em vigor e o SEP apresentou uma contraproposta em janeiro e, entretanto, não fomos convocados para nenhuma reunião negocial”, explicou.

Segundo o dirigente sindical, o processo devia estar a evoluir para uma proposta negocial “que não está a acontecer e, por essa razão, os enfermeiros estão a protestar”.

O SEP denunciou que os enfermeiros do setor privado continuam a fazer horas a mais, com horários desregulados, e sem aumentos e compensação no trabalho por turnos e nas horas penosas.

São estas razões que, de acordo com Rui Marroni, levam o sindicato a reivindicar uma negociação para fixar no contrato coletivo de trabalho essas matérias “para que fiquem garantidas”, já que algumas instituições, por sua iniciativa, avançaram com compensações.

A greve agendada para 09 de julho abrange os distritos a sul de Coimbra e Leiria, e a de 10 de julho os distritos a norte, com concentrações de rua em Lisboa, em frente à sede da APHP, no primeiro dia, e em frente ao Hospital da CUF, no Porto, no segundo dia.

Caso exista a convocação de uma reunião e evolução negocial, o SEP mostra-se disponível para analisar a desconvocação da greve, que só é feita para que “haja alguma pressão sobre a entidade que pode promover as negociações (APHP)”.

O SEP estima que 4.200 enfermeiros trabalhem em hospitais privados, a sua maioria em unidades detidas pelos grandes grupos económicos.