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Bancos com cada vez mais restrições horárias à tesouraria presencial

Bancos com cada vez mais restrições horárias à tesouraria presencial
Fotografia Unsplash

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 08 de junho de 2024, às 11:03

Os bancos têm cada vez mais restrições horárias à tesouraria presencial.

Os bancos têm cada vez mais restrições horárias à tesouraria presencial, uma tendência que a Deco atribui ao corte de custos enquanto os bancos dizem que as necessidades dos clientes continuam cobertas desde logo pelo 'self-service'.

Segundo o economista da Deco Nuno Rico, as restrições nas agências bancárias ao horário da tesouraria ao balcão (para depósito e levantamento de notas e moedas) começou há vários anos e agravou-se desde 2020, com bancos a manterem várias medidas restritivas aplicadas durante a crise pandémica. "O objetivo é claro, de redução de pessoal e de custos. Os bancos têm tido um movimento significativo de redução de trabalhadores e, ao limitarem os serviços de tesouraria a determinadas horas, reduzem pessoal", afirmou à Lusa Nuno Rico.

O economista acrescentou que, por um lado, a cada vez maior digitalização de serviços bancários também facilita a redução do horário de tesouraria presencial enquanto, por outro lado, a redução dos horários incentiva os clientes a movimentarem o dinheiro através de meios digitais ou recorrendo a máquinas. O responsável da Deco considerou que esta redução tem impacto sobretudo na população mais idosa, em geral menos apta a usar a tecnologia, mas que também é problemática para pequenos comerciantes e empresários.

Um estudo da Deco do final de 2022, sobre como o fecho de agências bancárias leva a que muitas populações tenham de fazer grandes distâncias para ir ao banco, referia já que "é agora frequente os horários de atendimento serem mais reduzidos do que era habitual" e que passou a ser comum "as agências encerrarem durante a hora de almoço ou definirem horários (às vezes duas horas por dia) para os clientes acederem aos serviços de tesouraria".

A Lusa questionou os bancos sobre o tema, que consideraram que a redução do atendimento presencial de tesouraria não piorou o serviço prestado aos clientes pois têm sempre a alternativa das máquinas 'self-service'. A Caixa Geral de Depósitos (CGD) disse que tem desde há alguns anos serviços diferenciados que dependem "do enquadramento de cada agência e do ajustamento dos horários às necessidades locais do serviço de tesouraria ao balcão".

Quanto ao serviço de tesouraria ao balcão, fonte oficial da CGD disse que 79% da rede tem horários diferenciados que são na sua maioria entre as 8:30 e as 12h30. Afirmou ainda a CGD que está a modernizar as suas agências e a "instalar equipamentos que permitem, complementarmente e a qualquer hora do dia, o depósito e o levantamento de notas e moedas de montantes superiores aos habituais, para além de outros serviços".

O BCP considerou que, devido ao equipamento de 'self-banking' (seja para clientes particulares seja para empresariais), as sucursais "não têm quaisquer restrições de horário para utilização de tesouraria". O BCP disse ainda que tem dois modelos de sucursais, o "'standard' com alternativa de tesouraria tradicional e 'self-assisted', nas quais o serviço de tesouraria é realizado exclusivamente no parque de 'self-banking' e, sempre que necessário, durante o horário de abertura, com apoio dos colaboradores".

Pelo BPI, fonte oficial disse que, atualmente, 68% dos balcões (184) têm horário diferenciado para o atendimento humano neste tipo de operações (em geral das 13h00 às 15h00) enquanto em 24% dos balcões (65) o serviço é assegurado por máquinas 'self-service'. Assim, diz o BPI, que em todos os balcões o serviço de tesouraria pode ser realizado 24 horas por dia através de máquinas 'self-service'.

O Novo Banco disse que a tesouraria presencial existe em todos os seus balcões. Metade das suas agências fazem atualmente horário diferenciado, das 8h30 às 12h00, em vez do tradicional horário dos bancos (das 8h30 às 15h00). Já durante o horário em que a sucursal está fechada, fonte oficial do Novo Banco afirmou que os clientes têm à sua disposição máquinas que permitem depósitos e levantamentos de moedas e dinheiro.

Quanto a reclamações de clientes sobre este tema, os bancos indicaram que não têm expressão. O Santander Totta não respondeu à Lusa.