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CDU espera que visita de Zelensky permita ao Governo clarificar posição sobre paz

CDU espera que visita de Zelensky permita ao Governo clarificar posição sobre paz
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 28 de maio de 2024, às 12:11

Presidente ucraniano vai estar em Portugal esta semana

O cabeça de lista da CDU às eleições europeias disse hoje esperar que a visita do Presidente da Ucrânia a Portugal permita ao Governo “clarificar e afirmar a sua disponibilidade” para uma solução diplomática que trave a guerra.

“Espero que esta visita possa constituir uma oportunidade para que o Governo português possa clarificar e afirmar a sua disponibilidade e a sua perspetiva de intervenção política e diplomática para que se encontre uma urgente solução que trave a guerra”, afirmou João Oliveira.

O candidato às eleições europeias falava aos jornalistas na estação ferroviária de Algueirão Mem-Martins, no concelho de Sintra, antes de apanhar um comboio para a Reboleira, na Amadora.

Para o cabeça de lista da CDU, do que o povo ucraniano precisa, assim como todos os povos a nível internacional, é de uma “solução de paz para a Ucrânia e de uma solução de segurança coletiva para toda a Europa”.

Questionado sobre como é que encara o acordo de cooperação que deverá ser hoje assinado entre o Governo português e a Ucrânia, e que inclui assistência humanitária, financeira, militar e política, João Oliveira respondeu que, nos últimos dias, se tem ouvido falar em “F-16, mais armas e mais capacidades militares”.

“Tudo isso contribui para a continuação da guerra e para a utilização do povo ucraniano como carne para canhão e para a afirmação de uma perspetiva de escalada, onde já se fala inclusivamente na utilização de armas para atacar o território”, afirmou.

O candidato criticou quem está a “falar com uma ligeireza e com um grau de irresponsabilidade absoluta a propósito da guerra, como se não se estivesse a falar do envolvimento de países com capacidade nuclear em confronto”.

“É precisamente por essa ligeireza, como se a guerra fosse uma questão a que nós assistimos à distância, sentados no sofá, que se continua a insistir na guerra. Ora, a solução tem de ser a paz: essa paz na Ucrânia, tal e qual como na Palestina”, defendeu.

João Oliveira reforçou que “a guerra tem de ser parada” e tem de haver “alguém que ponha o dedo na ferida, apontando a responsabilidade daqueles que continuam a falar da guerra com a ligeireza com que falam, e que não mexem uma palha, não fazem um esforço para que haja paz”.

“Nós continuaremos a insistir nesta tónica: não se pode tratar a guerra como se fosse uma questão tratada à distância sentado no sofá. Há pessoas a morrer na Ucrânia e noutros pontos do mundo, é preciso que esses povos tenham soluções de paz”, sustentou.

Interrogado se não teme que a posição da CDU sobre o conflito na Ucrânia lhe possa vir a custar votos, João Oliveira respondeu: “Se quem defende a paz perder votos com isso, é um retrato sombrio dos tempos que estamos a viver”.

“É agora que estamos a construir a história que há de ficar escrita nos livros daqui por 30 ou 40 anos, e nós não desistiremos de lutar pela paz hoje, como lutámos no século XX contra os conflitos que atingiram a Europa em todas as circunstâncias”, disse.

Sobre se o PCP foi convidado para participar nalgum ponto da agenda de Zelensky hoje em Lisboa, João Oliveira disse que, tanto quanto sabe, essa questão não foi colocada.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, realiza hoje à tarde uma visita a Portugal, em que será recebido pelo chefe de Estado e pelo primeiro-ministro e assinará de um acordo de cooperação bilateral para dez anos.

Segundo uma nota divulgada na segunda-feira pela Presidência da República Portuguesa e pelo gabinete do primeiro-ministro, trata-se de uma "visita de trabalho" com o objetivo de "aprofundar as excelentes relações entre os dois estados, com enfoque particular no reforço da cooperação no domínio da segurança e defesa".