O líder parlamentar do PSD elogiou hoje o discurso do Presidente da República no parlamento por evocar as principais figuras da história democrática nacional e salientou os apelos ao diálogo e à construção de políticas públicas.
Hugo Soares falava aos jornalistas no parlamento, no final da sessão solene comemorativa dos 50 anos do 25 de Abril, depois de questionado sobre o teor do discurso proferido pelo chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa.
"Creio que o Presidente da República fez um discurso muito abrangente, em que saudou as principais figuras da história democrática portuguesa. Creio que fez bem, porque celebrar os 50 anos do 25 de Abril é também celebrar a História e honrar aqueles que a construíram. Fê-lo de uma forma muito genuína, expressando o sentimento de todos os portugueses", sustentou o presidente da bancada social-democrata.
Hugo Soares apontou também que o Presidente da República "tem repetidamente deixado uma mensagem com apelo ao diálogo e à construção de políticas públicas que possam melhorar a vida dos portugueses".
Interrogado sobre a posição de Marcelo Rebelo de Sousa a favor de reparações pelo passado colonial de Portugal, o líder da bancada social-democrata recusou-se a comentá-las.
"Hoje é dia de fazer comentário - e eu que não sou comentador - às intervenções que ocorreram dentro do hemiciclo nesta sessão solene", argumentou.
Hugo Soares preferiu antes destacar que o PSD, na sessão solene do 25 de Abril, na Assembleia da República, "foi o único partido que deu voz a uma cidadã independente, que demonstrou ser o exemplo do que se pretende neste parlamento: Diálogo, abertura, modernidade e construção de futuro".
Pelo Grupo Parlamentar do PSD, hoje, na sessão solene do 25 de Abril, falou a sua jovem deputada Ana Gabriela Cabilhas.
Também numa declaração aos jornalistas no final da sessão solene, e no seguimento do discurso que proferiu, o líder parlamentar do CDS-PP destacou a "importância que o 25 de Novembro teve para a liberdade e para a democracia plenas em Portugal" e defendeu que os 50 anos dessa data também devem ser comemorados em 2025.
"O CDS está muito empenhado, não esquecendo o 25 de Abril, em comemorar os 50 anos do 25 de Novembro, porque entendemos que se trata de um ato de justiça e trata-se de um ato de gratidão para com os militares que garantiram que Portugal se podia afirmar como uma democracia ocidental e uma democracia liberal", sustentou Paulo Núncio, pedindo que seja festejado "com toda a dignidade, com todo o formalismo".
Sobre as declarações do Presidente da República relativas à responsabilidade de Portugal por crimes cometidos durante a era colonial e o pagamento de reparações pelos erros do passado, o centrista insistiu que "a história é a história" e o CDS-PP orgulha-se dela, recusando "entrar em revisionismos históricos".
"Mas o nosso dever é com o futuro, um futuro construído entre Estados soberanos que se respeitam, espalhados pelos quatro continentes e que querem construir um futuro em comum na CPLP, no mundo da lusofonia. E é nisso que o CDS está empenhado, o CDS sempre defendeu a matriz lusófona porque considera que acrescenta à matriz europeia e atlântica de Portugal", referiu Núncio.