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Reduzir emissões em Portugal permite poupança de 16 mil milhões de euros

Reduzir emissões em Portugal permite poupança de 16 mil milhões de euros
Fotografia FreePik

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 15 de janeiro de 2024, às 09:14

Alinhar a União Europeia com o Acordo de Paris em termos de redução de emissões proporciona benefícios de um bilião de euros até 2030 e de 16 mil milhões de euros no caso de Portugal, segundo a associação Zero.

A associação ambientalista divulgou hoje as conclusões do novo relatório elaborado no âmbito do projeto europeu ‘LIFE Together 1.5’, cujo consórcio é integrado pela ZERO.

O estudo mostra que a adoção de uma trajetória compatível com o Acordo de Paris, ou seja, um aquecimento global não superior a 1,5°C, poderá poupar à União Europeia pelo menos um bilião de euros até 2030, o equivalente a cerca de quatro vezes o PIB (Produto Interno Bruto) português.

O estudo refere também "um perigoso fosso entre essa trajectória e a trajectória em que as políticas públicas atuais estão a colocar a UE", defendendo, por isso, a Zero que esta matéria devia estar no centro do debate político das eleições europeias deste ano.

A ZERO e as organizações parceiras de consórcio consideram que proteger “os cidadãos e o planeta dos impactos devastadores das alterações climáticas não é apenas um dever moral, mas uma escolha pragmática”.

O relatório quantifica os benefícios em termos de saúde, emprego, custo de vida, bem-estar, segurança energética e recursos proporcionados por uma ação climática alinhada com a trajetória de 1,5°C, ou seja, uma redução das emissões na UE em termos absolutos de, pelo menos, 65% até 2030, em comparação com o objetivo atual de 55 a 57%.

Segundo a Zero, os benefícios superam largamente os custos, apresentando um argumento económico a favor de uma transição abrangente, argumento esse que deveria convencer os decisores políticos mais céticos.

O estudo mostra que tornar as emissões em Portugal compatíveis com o 1,5°C traria mais de 16 mil milhões de euros de benefícios económicos ao país até 2030 e evitaria mais de 1.300 mortes prematuras todos os anos.

“Em Portugal há um setor crítico que tem vindo a aumentar as suas emissões, indo na trajetória oposta ao cumprimento das metas estabelecidas nos planos nacionais, representando todos os anos uma maior percentagem das emissões nacionais – o dos transportes”, refere a associação ambientalista, recordando que o setor dos transportes foi responsável por quase um terço das emissões de gases de efeitos de estufa no país em 2021, com consequências importantes na qualidade do ar, ruído e saúde pública.

De acordo com a associação ambientalista, embora o objetivo de redução das emissões de gases de efeito de estufa em toda a economia ainda não esteja alinhado com o 1,5 °C do Acordo de Paris e existam outros setores com emissões que também necessitam de especial atenção, dada a representatividade do setor dos transportes é prioritário reunir um conjunto de medidas eficazes e colocá-las em prática neste setor.

A Zero refere-se à reunião informal, hoje e terça-feira em Bruxelas, dos ministros do Ambiente dos Estados membros para debater a necessidade de aumentar a ambição climática na Europa, incluindo um novo objetivo de redução das emissões para 2040, considerando que os governantes deveriam ter em atenção estas conclusões.

A associação indica ainda que fez um apelo ao ministro português Duarte Cordeiro para dar prioridade “a uma ação climática verdadeiramente progressista, alinhada com a ciência, a economia e os impactos sociais”.