“2023 marca uma diferença do ponto de vista da promoção de Portugal como destino de gastronomia”, disse hoje a vogal do conselho diretivo do Turismo de Portugal Lídia Monteiro, durante um encontro, em Lisboa, com a imprensa sobre a gala de apresentação da parte portuguesa do Guia Michelin Espanha e Portugal 2024, que decorrerá em 27 de fevereiro no Algarve.
Segundo a responsável, a verba total aplicada este ano foi de cerca de 800 mil euros, dos quais perto de metade na gala. Outro evento de destaque foi o 'Taste of London', organizado em colaboração com a Associação da Hotelaria, Restauração e Similares de Portugal (AHRESP), em junho passado.
“O Reino Unido é um mercado muito importante, é o principal mercado emissor de turistas”, indicou Lídia Monteiro. Espanha é “um mercado de proximidade forte”, onde o “público tem uma grande apetência” e “já conhece a gastronomia portuguesa”, referiu ainda.
Mais distantes, EUA e Brasil são outros dois mercados que merecem a aposta do Turismo de Portugal, porque os turistas destes países colocam a gastronomia como um motivo da viagem.
“Já há algum tempo tínhamos iniciado um trabalho consistente de promoção da gastronomia. A pandemia [de covid-19] foi um travão e 2023 foi um ano muito importante de recomeço na nossa atividade”, disse ainda, antecipando que a tendência continuará no próximo ano.
Em 2024, “as pessoas vão viajar mais e com maior interesse na gastronomia”, afirmou.
Em fevereiro, a Michelin organiza a sua primeira gala exclusivamente dedicada a Portugal – até à edição do guia de 2023, a cerimónia de apresentação dos restaurantes distinguidos era sempre feita em conjunto entre Espanha e Portugal, e decorria quase sempre em cidades espanholas, com exceção do guia de 2019, em Lisboa.
“Com uma cerimónia exclusiva para a seleção de Portugal, o Guia Michelin coloca em destaque a cada vez maior excelência que os inspetores encontram em Portugal, (…) que demonstrou nos últimos tempos um crescimento culinário notável”, disse a diretora de comunicação da Michelin Espanha e Portugal, Monica Rius.
Em Portugal, acrescentou, “há uma clara evolução positiva na última década, com uma boa seleção de chefes nacionais com excelente formação e ambição de melhorar, que estão a apresentar propostas interessantes, oferecendo uma cozinha portuguesa moderna, que, baseando-se nos sabores tradicionais, procuram surpreender com novas apresentações e texturas”.
Segundo a responsável da comunicação, “o interesse pela cozinha portuguesa e por Portugal é visível na grande afluência de turistas a cidades de grande atração e interesse, como Lisboa e Porto, que servem de base a estes restaurantes gastronómicos, abrindo fronteiras e procurando a excelência”.
Portugal conta atualmente com um total de 164 restaurantes no guia, dos quais sete com duas estrelas (‘cozinha excelente, vale a pena o desvio’), 30 com uma estrela (‘cozinha de grande nível, compensa parar’), três com uma estrela Verde (distingue a sustentabilidade da cozinha), 37 Bib Gourmand (refeição com uma boa qualidade/preço, na ordem dos 45 euros) e 90 recomendados.
O facto de a gala decorrer em Portugal não significa que os inspetores sejam nacionais, explicou a organização: o Guia Michelin, com presença em 45 países, tem equipas internacionais, compostas por inspetores de 15 nacionalidades – incluindo portugueses.