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Humanos são responsáveis pela extinção de 1.430 espécies de aves

Humanos são responsáveis pela extinção de 1.430 espécies de aves
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 20 de dezembro de 2023, às 09:04

O homem é responsável pela extinção de cerca de 1.430 espécies de aves, o dobro do que se pensava, de acordo com um estudo que utilizou modelos matemáticos para estimar a real magnitude das extinções globais causadas pela humanidade.

A investigação, publicada esta terça-feira na revista Nature Communication e baseada em modelos matemáticos, procurou descobrir a real magnitude das extinções globais causadas pelo homem, com as implicações que isso acarreta devido à atual crise de biodiversidade, explicou, em comunicado, o Centro de Investigação em Ecologia e Aplicações Florestais (Creaf), de Barcelona.

Uma equipa de investigação liderada pelo Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido (UKCEH), com a participação da Creaf, utilizou modelos estatísticos para estimar quantas extinções de aves não descobertas podem ter ocorrido ao longo da história humana moderna, desde há 130.000 anos.

Até agora, observações e fósseis mostraram que desde o final do Pleistoceno – quando os humanos começaram a expandir-se por todo o mundo – cerca de 600 espécies de aves foram extintas, 90% em ilhas habitadas por pessoas.

As espécies desaparecidas vão desde o icónico Dodo das Maurícias, até ao Gavot gigante do Atlântico Norte.

A equipa de investigação utilizou dados sobre as extinções conhecidas e extrapolou-os, para determinar quantas espécies mais poderiam ter sido extintas se o esforço de documentação tivesse sido tão grande no resto do mundo como na Nova Zelândia.

A Nova Zelândia é o único país do mundo onde se acredita que a avifauna anterior à chegada dos humanos esteja totalmente documentada, com restos bem preservados de todas as aves que ali viviam.

A investigação forneceu informações sobre três processos de extinção em massa, dos quais o mais importante corresponde ao ocorrido no século XIV no Pacífico Oriental - incluindo o Havai -, onde se estima a perda de 570 espécies de aves.

A segunda corresponde ao que aconteceu no século IX a.C. pela chegada de pessoas ao Pacífico Ocidental e que inclui as Ilhas Fiji, enquanto a terceira é aquela que a humanidade vive atualmente, que começou em meados do século XVIII.

Desde então, para além do aumento da desflorestação e da propagação de espécies invasoras, as aves tiveram de enfrentar ameaças adicionais de origem humana, como as alterações climáticas, a agricultura intensiva e a poluição.

Prevê-se que esta crise em curso exceda o evento de extinção do século XIV, uma vez que existe o risco de perder até 700 espécies de aves adicionais nos próximos anos.