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Diretor da PSP defende melhores salários para polícias

Diretor da PSP defende melhores salários para polícias
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 05 de dezembro de 2023, às 15:27

O diretor da PSP defendeu a necessidade de revisão das tabelas salariais dos polícias da PSP, tendo em conta o risco da missão, e afirmou desconhecer a intenção do Governo de atribuir um suplemento de missão para a PJ.

 

“Sobre a polémica que veio a público, relativa ao suplemento de missão que o Governo decidiu atribuir aos profissionais que servem na Polícia Judiciária, quero dizer-vos que como diretor nacional, não fui informado desta intenção do Governo, nem a Direção Nacional foi solicitada a pronunciar-se sobre este processo”, escreve José Barros Correia, num email enviado na segunda-feira a todo o efetivo da Polícia de Segurança Pública.

José Barros Correia informa os polícias que, como diretor nacional, sentiu que era seu “dever alertar a tutela para a necessidade de revisão das tabelas salariais dos polícias da PSP, seja através do aumento dos índices remuneratórios, seja do aumento do suplemento das forças e serviços de segurança, bem como continuar o esforço de melhoria das instalações, dos equipamentos e viaturas policiais”.

“Neste alerta estão subjacentes as condições em que a missão da PSP é cumprida, maioritariamente em situações de risco, com grande penosidade para todos os polícias e em alguns casos em condições de insalubridade severa. Tenho esperança que a situação conjuntural que o país vive não seja apontada como motivo para que as necessárias alterações às condições remuneratórias e outras dos polícias e do pessoal de apoio à atividade operacional não sejam consideradas”, escreve o diretor nacional, no email a que Lusa teve acesso.

O responsável máximo desta polícia reconhece os esforços já realizados pelo Ministério da Administração Interna, no entanto dá conta que “em muitos locais as instalações policiais ainda são deficitárias e outras estão degradadas, além do parque automóvel da PSP ainda estar envelhecido.

José Barros Correia manifesta ao efetivo solidariedade, frisando que podem contar com o diretor nacional “na defesa dos direitos de todos quantos servem na PSP”.

“Não estamos a abordar um assunto que seja desconhecido e que não seja justo, face à qualidade do trabalho desempenhado pelos polícias que tenho a honra de comandar. É justo que o Estado reconheça o risco próprio da condição policial, não apenas com palavras, mas com políticas públicas e iniciativas concretas, tratando uma instituição secular e os seus polícias com a necessária justiça, dignidade e equilíbrio face a outras entidades”, precisa.

No email, o diretor nacional da PSP enumera os vários cenários em que os polícias estão envolvidos para demonstrar os riscos da profissão, destaca que a PSP “garante a segurança de pessoas e bens 365 dias por ano, 24 horas por dia”, além das esquadras da PSP estarem “abertas em permanência”.

José Barros Correia indica ainda que muitos dos polícias da PSP “perderam a vida, no cumprimento da missão”, e “outros ficaram feridos e foram vítimas de todo o tipo de violência, seja física, seja verbal”.

A carta dirigida a oficiais, chefes, agentes e pessoal técnico de apoio à atividade operacional surge após a decisão do Governo ter aprovado, na semana passada, o pagamento de um suplemento de missão para as carreiras da PJ, que, em alguns casos, pode representar um aumento de quase 700 euros por mês.

Na sequência desta medida, as estruturas da PSP e da GNR manifestaram indignação por este tratamento que dizem ser desigual.

Desde o fim de semana está ‘online’ uma petição, que conta com mais de 16.000 assinaturas, a exigir “um tratamento condigno e paritário da PSP, da GNR e corpo da guarda prisional”.

Fonte sindical disse à Lusa que os seis sindicatos mais representativos da PSP vão reunir-se, na quarta-feira, em Lisboa, juntamente com as associações socioprofissionais da GNR para decidirem ações de protesto.

As cinco associações socioprofissionais da GNR estão hoje reunidas com o objetivo concertar ações de luta, podendo os protestos vir a realizar-se em conjunto com a PSP.