Pelo terceiro ano consecutivo, os exames nacionais deixaram de ser obrigatórios para a conclusão do secundário, sendo apenas realizados para acesso ao ensino superior.
Um dos resultados desta medida é a diminuição de alunos mais carenciados a fazer as provas: Apenas 16% dos estudantes que fizeram exames em 2022 eram beneficiários de Apoio Social Escolar.
Olhando para os resultados obtidos, verifica-se que 51 das 496 escolas secundárias analisadas pela Lusa tiveram média negativa, ou seja, 10,3% “chumbou” (no ano anterior foram 8,4%).
A maioria das escolas com média negativa é pública:
Chumbaram 45 num universo de 421 escolas públicas (10,6%), contra seis privadas num universo de 75 colégios (8%).
A média dos alunos das escolas públicas voltou a afastar-se da dos colégios, com uma diferença de 1,69 valores numa escala de 0 a 20 (em 2021, a diferença foi de 1,4), segundo uma análise a 194.607 provas realizadas.
A média nacional dos alunos dos colégios foi de 12,9 valores (em 2021 foi 12,7) e das públicas foi 11,2 (em 2021 foi 11,3), ou seja, houve uma ligeira descida da média das escolas públicas e subida dos colégios.
Numa comparação entre sexos, as raparigas voltam a ter melhores resultados, mas a diferença esbateu-se, sendo agora de apenas 0,36 valores, enquanto no ano anterior era de quase um valor (0,87): Nos exames de 2022, a média das raparigas foi 11,63 valores e os rapazes 11,27.
As raparigas obtiveram melhores resultados em 10 das 14 disciplinas analisadas, com eles a conseguirem melhores desempenhos apenas a História A, Geografia A, Geometria Descritiva e Economia A.
A maioria dos alunos que realizou provas em julho de 2022 pertencia a escolas dos distritos de Lisboa, Porto, Braga e Setúbal.
Volta a ser no Norte que se encontram as melhores médias por distrito: Porto surge no topo da tabela (12 valores), ocupando o lugar que nos últimos anos pertencia a Viana do Castelo, que este ano surge em 2.ºlugar com uma média nacional de 11,8 valores.
Braga (11,75 valores), Viseu (11,73 valores) e Coimbra (11,63) são os distritos que se seguem na tabela da Lusa.
Lisboa sobe três lugares ficando este ano em 7.º lugar com quase 50 mil exames realizados e uma média de 11,5 valores.
Mais uma vez, as médias dos alunos que realizaram as provas no estrangeiro foram as mais baixas (9,9 valores).
Outra novidade é a subida da média dos alunos das ilhas dos Açores que costuma ser a pior região nacional e este ano aparece mais bem classificada que Portalegre (10,85), Setúbal (10,75) e Beja (10,78). A média dos exames dos alunos açorianos foi de 10,9 valores.
Em termos de classificações médias, a maioria esteve entre os 10 e os 11 valores, destacando-se apenas Inglês e Desenho com uma média nacional de 14,89 e 14,1, respetivamente. Pela negativa surge Matemática B que volta a não chegar à positiva (8,93 valores).
Olhando apenas para as quatro disciplinas feitas por mais de 30 mil alunos, duas desceram a média em relação a 2021 e outras duas subiram.
Físico-Química melhorou quase dois valores (chegando agora aos 11,69 valores) e Matemática A subiu mais de um valor (a média é de 11,95).
Por outro lado, Biologia e Geologia desceu de 11,96 para 10,7 e Português de 12 para 10,9 valores.
Os dados mostram ainda que a maioria dos alunos que realizou provas (84%) não beneficiou de Apoio Social Escolar (ASE).