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ISEG revê em alta crescimento da economia portuguesa para 2,1% a 2,9% este ano

ISEG revê em alta crescimento da economia portuguesa para 2,1% a 2,9% este ano
Fotografia Lusa

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 23 de maio de 2023, às 12:28

Os economistas do ISEG reviram em alta as previsões de crescimento da economia portuguesa para este ano de 1,6% para o intervalo de 2,1% a 2,9%, com estimativa central de 2,5%, segundo a Síntese de Conjuntura hoje divulgada.

“Atendendo ao crescimento registado no primeiro trimestre e à evolução mais provável para os próximos trimestres, a previsão para o crescimento da economia portuguesa em 2023, anteriormente fixada em valores em torno de 1,6%, é revista para o intervalo estimado entre 2,1% a 2,9%, cujo valor central é de 2,5”, avança o Grupo de Análise Económica do ISEG – Lisbon School of Economics & Management.

Os economistas do ISEG notam que “a simples manutenção da atividade ao nível” do primeiro trimestre, ou seja, mesmo sem qualquer crescimento em cadeia até ao final do ano, “seria suficiente para assegurar um crescimento anual de 2,1% em 2023”.

“Mas, com a existência de algum crescimento na área euro, a avaliar por um clima económico ligeiramente mais otimista e de acordo com as previsões, torna-se provável que a economia portuguesa venha a crescer mais do que os 2,1% assinalados”, sustentam.

Depois de um crescimento quase exclusivamente baseado na procura externa líquida (PEL) durante o primeiro trimestre, o ISEG antecipa que, “até ao final do ano, o crescimento da PI [procura interna] venha a dar um contributo mais significativo, nomeadamente por parte do investimento”.

Ao mesmo tempo, “será natural que o contributo da PEL venha a desacelerar com a normalização da procura externa turística”.

De acordo com a instituição, o indicador de tendência da atividade global “tem vindo a desacelerar, acompanhando a normalização da atividade económica no período pós-pandemia”, e “deverá entrar agora numa evolução mais estável, ainda que relacionada com as novas condicionantes da atividade económica na UE [União Europeia]”.

Entre estas, o ISEG destaca “a inflação, a subida das taxas de juro e a incerteza relativa ao conflito na Ucrânia”, considerando que “a evolução destes fatores determinará, em parte, uma evolução mais ou menos favorável para o crescimento da economia portuguesa em 2023”.

“Entretanto, no primeiro trimestre, como já se assinalou, esta evolução foi comparativamente favorável e leva a subir as expectativas para o total do ano”, acrescenta.

Na nota hoje divulgada, o ISEG recorda que, no primeiro trimestre de 2023, segundo a estimativa preliminar/rápida do Instituto Nacional de Estatística (INE), o Produto Interno Bruto (PIB) português cresceu, em volume, 2,5% em termos homólogos e 1,6% face ao trimestre anterior.

“Este crescimento ficou um pouco acima da estimativa avançada no relatório anterior, embora as razões qualitativas avançadas pelo INE coincidam, e compara favoravelmente com o crescimento da Área Euro (0,1% em cadeia e 1,3% em termos homólogos)”, refere.

O ISEG lembra ainda que, “em abril, o indicador do clima económico em Portugal cresceu, o que acontece desde novembro” e que, “por setores, a confiança apenas decresceu na indústria transformadora”.

“A confiança dos consumidores também subiu em abril, o que se observa, num registo mais lento, desde dezembro”, refere, acrescentando que, “na área euro, o indicador de sentimento económico tem estado relativamente estagnado desde janeiro, depois de uma recuperação no final do ano anterior”, enquanto “a confiança dos consumidores subiu em abril”.