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Modelo para cuidados paliativos nas Unidades Locais de Saúde em discussão pública

Modelo para cuidados paliativos nas Unidades Locais de Saúde em discussão pública
Fotografia Envato

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 19 de maio de 2023, às 10:35

O modelo organizacional dos cuidados paliativos a desenvolver nas Unidade Locais de Saúde, que visa dar resposta às dificuldades de execução da rede nacional, estará em discussão pública até 09 de junho, anunciou hoje a Direção Executiva do SNS.

A proposta foi elaborada pela Comissão Nacional de Cuidados Paliativos e sugere a criação do Serviço Integrado de Cuidados Paliativos (SICP), como modelo organizacional dos Cuidados Paliativos a implementar nas Unidades Locais de Saúde (ULS), com o objetivo de colmatar as “dificuldades de implementação da RNCP [Rede Nacional de Cuidados Paliativos]”, refere a Direção Executiva do SNS (DE-SNS) em comunicado.

Com este modelo, a DE-SNS pretende "reduzir custos em recursos humanos" e promover "respostas integradas de cuidados paliativos em linha de continuidade, sem entropias, desde a referenciação à consulta externa (em ambos os níveis de cuidados, primários e hospitalares), ao hospital de dia e ao internamento, permitindo ainda a consolidação da ligação bidirecional à equipa comunitária, servindo o intuito de reduzir o recurso às urgências e a hospitalizações desnecessárias".

“A expectativa é que se possa gerar uma resposta que conheça a pessoa em qualquer momento da evolução de uma doença limitante de vida e que o plano individual de cuidados seja construído em conjunto e contemple as diferentes respostas necessárias, nos diferentes momentos, focados no que é o real interesse dos utentes”, salienta a DE-SNS.

O Plano Estratégico para o Desenvolvimento dos Cuidados Paliativos (PEDCP) 2017-2018 refere que “a prestação de cuidados aos doentes com doenças graves e/ou avançadas e progressivas com o objetivo de promover o seu bem-estar e qualidade de vida, é um elemento qualitativo essencial do sistema de saúde, devendo garantir-se o seu adequado desenvolvimento na continuidade dos cuidados de saúde, tendo por base os princípios de equidade e de cobertura universal, de acordo com a estratégia do Serviço Nacional de Saúde em Portugal”.

A DE-SNS adianta que, ainda que a Rede Nacional de Cuidados Paliativos possua hoje um projeto assistencial consolidado quer pelo enquadramento jurídico, quer pela operacionalização orientada pelos PEDCP de 2017 a 2022, “carece de visibilidade para se reafirmar e potenciar em prol do bem maior, a prestação atempada de Cuidados Paliativos ao cidadão/utente na forma de cuidados integrados”.

Acrescenta que a estratégia das Unidade Locais de Saúde, que se encontra a ser implementada pela DE-SNS, “abre uma oportunidade única para definir uma organização de cuidados paliativos, integrada, que possa dar uma resposta mais capaz e eficaz aos utentes, de acordo com as suas necessidades, de modo contínuo, desde a casa do utente, ao centro de saúde e ao hospital, coordenado por uma equipa única de cuidados, verdadeira abordagem que evita constrangimentos e facilita a vida aos utentes e aos familiares, num período frágil da sua vida”.

Foi neste sentido que a Comissão Nacional de Cuidados Paliativos elaborou esta proposta de Modelo Organizacional para os Cuidados Paliativos das Unidade Locais de Saúde, que se coloca em discussão pública durante 3 semanas no ‘site’ da Direção Executiva do SNS.