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Estratégia de abrir todas as vagas para contratação de médicos “é acertada” - ministro

Estratégia de abrir todas as vagas para contratação de médicos “é acertada” - ministro
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 19 de maio de 2023, às 14:00

O ministro da Saúde disse hoje que a estratégia do Governo de abrir todas as vagas disponíveis (978) para a contratação de médicos é “acertada” e que espera contratar entre 200 e 250 dos 393 que concorreram.

“A nossa estratégia de abrir todas as vagas disponíveis revelou-se acertada, embora eu tenha de lidar com as notícias de que só concorreram para 40% das vagas. Isso já nós sabíamos, que não iam ser preenchidas todas as 978 vagas”, afirmou Manuel Pizarro.

No início do mês, foram lançadas a concurso todas as 978 vagas para medicina geral e familiar, para reter os recém-formados e para atrair especialistas que não estejam no Serviço Nacional de Saúde (SNS), sendo que 393 médicos foram admitidos no concurso, número que a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considerou ser insuficiente.

O ministro da Saúde, que falava aos jornalistas no final de uma visita ao hospital de Viana do Castelo, disse ter ficado “muito contente por terem concorrido 393 médicos”.

“No continente, os médicos que acabaram a especialidade em medicina familiar, foram 307, o que quer dizer que tivemos bastante mais médicos a concorrer do que seriam os candidatos normais”, referiu Manuel Pizarro.

Para o governante, com a estratégia seguida, o Ministério da Saúde quis “dar um sinal” aos cidadãos sem médico de família de que está “atento ao problema” e, “aos jovens médicos que está disponível para os contratar”.

“Vamos ver como corre o processo de colocação. O facto de terem concorrido 393 médicos não quer dizer que todos aceitem o lugar que lhes vai ser colocado. Eu tinha estabelecido como meta contratar entre 200 e 250 médicos. Vamos ver se essa meta é alcançada ou até se é superada. Em função disso é que temos de analisar o número de pessoas que ficam sem médicos de família”, explicou Manuel Pizarro.

“As contas sobre os utentes com cobertura de médico de família fazem-se no fim deste processo. As contas fazem-se no final do jogo. Isto é um resultado fraquinho ao intervalo, mas estou muito convencido que até ao final do jogo vamos recuperar”, insistiu.

Manuel Pizarro reforçou a necessidade de formação de mais médicos, referindo que, em janeiro, começaram a sua formação 507 médicos.

“Estamos num distrito, Viana do Castelo, que tem cerca de 250 mil habitantes e toda a gente tem médico de família porque há muitos anos começamos a fazer o que estamos a fazer noutros sítios que é formar mais médicos de família. Temos 170 médicos de família em atividade nos centros de saúde de Viana do Castelo. Cobertura plena”, destacou.

De acordo com Manuel Pizarro, o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a “fixar entre 60 e 70% dos jovens médicos que são formados”, e disse “ambicionar” que essa percentagem venha a aumentar.

Um total de 393 médicos foram admitidos no concurso para especialistas de medicina geral e familiar, representando cerca de 40% das vagas abertas, um número que a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considerou ser “claramente insuficiente num país onde quase 1,7 milhões de utentes não são acompanhados por um médico de família”.

A estrutura sindical adiantou ainda que a decisão de abrir as 978 vagas constituiu uma “manobra de propaganda” e questionou quantos médicos que se candidataram vão, “de facto, aceitar ser contratados”, perante a “falta de condições de trabalho no SNS”.

Segundo o portal da transparência do SNS, em abril de 2022 um total de 1.299.016 milhões utentes não tinham médico de família atribuído, número que aumentou para 1.678.226 um ano depois.

Perante isso, o número de utentes acompanhados por esses especialistas de medicina geral e familiar baixou de cerca de 9,1 milhões para pouco mais de 8,8 milhões no mesmo período, indicam os dados oficiais.