A taxa de inflação homóloga em Portugal abrandou para 5,7% no mês de março, de acordo com a estimativa rápida divulgada esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Mas, face a março, os preços continuaram a subir cerca de 0,6%. Os preços da energia voltaram a desempenhar um papel preponderante no abrandamento da inflação e até os preços dos alimentos tiveram um alívio face a março deste ano, mas o INE avisa que a recolha de dados foi feita antes da entrada em vigor do IVA zero.
Tal como em março, a desaceleração da taxa de inflação é explicada, principalmente, pelo aumento dos preços de eletricidade, gás e produtos alimentares por esta altura do ano passado – aquilo a que se chama efeito base, já que a comparação é feita face a preços mais elevados. Mas os preços da energia estão em queda e tiveram uma evolução negativa de -12,7% face a abril de 2022. No entanto, a queda foi de apenas -3,15% face a março deste ano.
Os preços dos alimentos tiveram comportamentos ligeiramente diferentes face a março. Os produtos alimentares não transformados – categoria que inclui frutas e legumes frescos ou ultracongelados, a carne e o peixe fresco, o arroz, as leguminosas, o leite, o café, a manteiga e o iogurte natural, entre outros – viram os preços descer ligeiramente, com uma variação de -0,3%.
Já os produtos alimentares transformados – entre os quais se contam conservas de frutas e de legumes, o atum em conserva, o pão fresco, o queijo ou o peixe fumado – continuam a registar aumentos nos preços, com uma variação de 0,2% em comparação com março de 2023. Mas esta taxa é um abrandamento face ao 1% de aumentos registado em março.
Em comparação com abril de 2022, ambas as categorias de alimentos continuam com aumentos semelhantes nos preços, com variações de 14,1%. Mas o INE acautela que "a grande maioria dos preços considerados no apuramento" da taxa de inflação de abril foi recolhida "antes da entrada em vigor da isenção de IVA num conjunto de bens alimentares essenciais". Ou seja, "os eventuais efeitos" do IVA zero só vão ser sentidos no Índice de Produtos no Consumidor (IPC) em maio.
Também os restantes bens e serviços – sob a categoria do total excluindo os produtos alimentares não transformados e a energia – continuam em subida. De acordo com o INE, a variação mensal é de 1%, o que representa um abrandamento face ao mês de março, quando foi de 1,9%. A comparação homóloga é, outra vez, mais gravosa: a subida dos preços está nos 6,6%.
Notícia atualizada às 12h10 com mais detalhes
Título alterado às 12h12 (O título anterior era "Preços da energia abrandam inflação em abril para 5,7%")