O Comité Económico e Social Europeu (CESE) apela à coordenação política a nível europeu e a medidas conjuntas para fazer face à pandemia provocada pelo novo coronavírus. «Agora, ou somos uma União ou não somos nada», pode ler-se na declaração do organismo representativo da sociedade civil organizada.
Num documento subscrito esta semana pelos presidentes do CESE e dos três grupos deste organismo — Empregadores, Trabalhadores e Diversidade Europa –, é realçado que «a comunidade mundial já não enfrentava uma crise desta magnitude desde o final da Segunda Guerra Mundial».
«Nenhum governo, na Europa ou em qualquer outra parte do mundo, pode pretender resolver esta pandemia de forma isolada. Todos os Estados-Membros devem unir-se, entreajudar-se e coordenar uma ação concertada. Abordar esta crise de forma fragmentada é a receita certa para o desastre», referem estes responsáveis.
O CESE defende que «os cidadãos da UE necessitam que se adotem medidas concretas capazes de dar uma resposta coordenada e comum urgente, para reduzir a propagação do vírus».
«Esta crise exige que a UE mude o seu modus operandi: devemos aproveitá-la para demonstrar solidariedade, coordenação e capacidade de ação. Trata-se de um teste à unidade europeia. Chegou o momento de provar se somos, ou não, uma verdadeira União», afirmam os dirigentes deste órgão consultivo.
O CESE apela a «uma coordenação e uma coerência excecionais das políticas a nível europeu», argumentando que «vivemos uma situação excecional, que exige medidas excecionais» e uma «resposta resoluta». «A integridade da Europa depende disso», adverte.
Este organismo congratula-se «com o primeiro pacote de medidas avançado pela Comissão Europeia para combater a COVID-19». Contudo, defende que é necessário «um pacote completo de medidas de emergência, através do qual a UE assuma a responsabilidade por uma parte significativa do esforço global de emergência».
Na declaração, que pode ser lida aqui, o CESE defende que «a UE deve garantir que os sistemas de saúde nacionais recebem os abastecimentos necessários»; que os «governos possam aplicar as medidas necessárias, independentemente do seu nível de endividamento atual»; que sejam definidas «políticas claras de apoio às empresas, para que se possam manter os atuais níveis de emprego»; e que seja dotado um Quadro Financeiro Plurianual «ambicioso e coerente com as expetativas dos cidadãos», devidamente «adaptado a esta crise sistémica sem precedentes».
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«Ou somos uma União ou não somos nada»

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Publicado em 21 de março de 2020, às 12:20