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Mulheres têm mais competências digitais do que os homens no local de trabalho

Mulheres têm mais competências digitais do que os homens no local de trabalho
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 11 de fevereiro de 2025, às 10:18

A Universidade Rovira i Virgili (URV), em colaboração com a Universidade Europeia de Madrid, desenvolveu uma ferramenta para medir o fosso digital no trabalho que sugere que as mulheres têm uma competência digital superior à dos homens.

Esta ferramenta baseia-se em questionários de autoavaliação que permitem medir detalhadamente a competência digital em três indicadores-chave: capacidade, atitude e conhecimento, e compara os resultados por género, setor profissional e identifica pontos fortes e áreas a melhorar.

“Com base neste diagnóstico, podem ser estabelecidas estratégias específicas para reduzir o fosso digital e promover a formação tecnológica das mulheres”, afirmam as autoras deste estudo, publicado na revista Feminismo/s.

“Os resultados preliminares desta ferramenta sugerem que as mulheres profissionais têm uma competência digital ligeiramente superior à dos homens, ao contrário do que acontece fora do local de trabalho”, afirma a investigadora e médica Sònia Sánchez-Canut, que participou no estudo.

O fosso digital entre géneros é uma perceção que começa na infância: vários estudos constatam que esta desigualdade na utilização da tecnologia começa a manifestar-se por volta dos 6 ou 7 anos de idade, fase em que os estereótipos de género podem condicionar a perceção que as mulheres têm das suas competências tecnológicas, apesar de terem um desempenho igual ou superior ao dos homens.

Embora as competências digitais sejam fundamentais para a competitividade no local de trabalho e para o acesso a melhores oportunidades, as mulheres estão muitas vezes em desvantagem devido a fatores que se prendem, por exemplo, com uma menor presença nas áreas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática), a falta de modelos femininos nestas áreas ou a segregação de papéis de género no local de trabalho.

Esta ferramenta desenvolvida pela URV “permitirá às organizações conceber programas de formação personalizados e adaptados às necessidades específicas de cada profissional, contribuindo assim para um desenvolvimento mais equitativo na sociedade digital”, explica Mireia Usart, investigadora do Departamento de Educação da URV e uma das autoras do estudo.