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Guterres saúda criação de secção de livros em português na biblioteca da ONU

Guterres saúda criação de secção de livros em português na biblioteca da ONU
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 07 de maio de 2024, às 09:09

O secretário-geral da ONU, António Guterres, saudou a criação de uma secção dedicada a livros de língua portuguesa na biblioteca das Nações Unidas, destacando ainda a importância do idioma como “força unificadora” que transcende fronteiras.

Num evento de celebração do Dia Mundial da Língua Portuguesa, realizado na sede da ONU, na segunda-feira, em Nova Iorque, Guterres agradeceu aos Estados-membros a "generosa doação de mais de uma centena de livros, entre os quais se contam importantes contribuições dos autores lusófonos para o conhecimento e a cultura mundiais".

"São obras que oferecem uma janela para os corações e as mentes do mundo de língua portuguesa, convidando colegas e leitores a explorarem, a refletirem e a emocionarem-se com a rica diversidade da nossa língua", disse o líder da ONU.

O antigo primeiro-ministro português destacou a importância do idioma como elo de ligação entre culturas e comunidades em todo o mundo e considerou a língua portuguesa, falada por centenas de milhões de pessoas, uma "força unificadora" que atua "como veículo de expressão na diplomacia, nas artes e na literatura".

Guterres indicou que o português é já uma língua de trabalho em algumas agências da ONU, destacando o serviço de língua portuguesa da 'ONU News', em conjunto com as equipas de redes sociais e dos Centros de Informação e Escritórios Regionais Lusófonos da ONU, a evidenciar "a crescente procura de informação em português".

Os esforços para tornar o português uma das línguas oficiais das Nações Unidas continuam em marcha, mas o investimento financeiro exigido "é imenso", disse, no ano passado, à Lusa a embaixadora de Portugal na ONU, Ana Paula Zacarias.

Também em 2023, o Tribunal Centro-Americano de Justiça já havia proposto ao Conselho de Segurança da ONU incorporar o português como idioma oficial da organização, a par do inglês, espanhol, francês, chinês, russo e árabe.

Num artigo publicado no último domingo no jornal Público, no Dia Mundial da Língua Portuguesa, o primeiro-ministro, Luís Montenegro, defendeu que os países parceiros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) alinhem posições para que o idioma seja reconhecido como língua oficial da ONU até 2030, considerando que "seria um justo reconhecimento".

A língua portuguesa não só é uma das línguas mais difundidas no mundo, com mais de 260 milhões de falantes espalhados por todos os continentes, como é também a língua mais falada no hemisfério sul, de acordo com dados da UNESCO.

Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste são os nove Estados-membros da CPLP.

Na intervenção, Guterres lembrou que, enquanto primeiro-ministro de Portugal, teve o "privilégio de participar na criação desta Comunidade há quase 30 anos", salientando que, na atualidade, "os valores do diálogo e da solidariedade" no centro CPLP "são mais relevantes do que nunca".

"Sei bem que podemos contar convosco na nossa missão pela paz, pelos direitos humanos e pelo desenvolvimento sustentável para todos", concluiu o secretário-geral.

 A celebração contou com música ao vivo, gastronomia e a presença de representantes diplomáticos internacionais, incluindo embaixadores das nove nações integrantes da CPLP.  

A Missão do Brasil na ONU organizou a comemoração em parceria com o Camões – Instituto de Cooperação e da Língua e com o Instituto Guimarães Rosa, que promove a diplomacia cultural e educacional.