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Vírus da hepatite ainda causam 3.500 mortes por dia no mundo

Vírus da hepatite ainda causam 3.500 mortes por dia no mundo
Fotografia DR

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 09 de abril de 2024, às 14:13

Os vírus da hepatite ainda causam 3.500 mortes por dia, um número que está a aumentar, indica um relatório divulgado hoje da Organização Mundial da Saúde (OMS), que pede “medidas rápidas” para inverter a tendência.

 

O estudo divulgado na Cimeira Mundial sobre Hepatites, a decorrer em Lisboa, com novos dados de 187 países, mostra que o número estimado de mortes por hepatite viral aumentou de 1,1 milhões em 2019 para 1,3 milhões em 2022.

Trata-se de uma “tendência alarmante”, considerou a diretora do Departamento sobre VIH (vírus da imunodeficiência humana), Hepatite e Infeções Sexualmente Transmitidas (IST) da OMS, Meg Doherty, em conferência de imprensa.

Segundo a agência da ONU dedicada à saúde, a hepatite viral (A, B, C, D o E), que causa a inflamação do fígado e nalguns casos a sua deterioração, continua a ser a segunda doença infecciosa com maior mortalidade, ao mesmo nível da tuberculose e apenas atrás da covid-19.

No total, morrem diariamente no mundo 3.500 pessoas devido a uma infeção pelo vírus, sendo o mais letal o do tipo B (responsável por 83% das mortes), seguido do C (17% dos óbitos).

Segundo as estimativas atualizadas da OMS, em 2022, 254 milhões de pessoas viviam com hepatite B e 50 milhões com a C.

Em todas as regiões, apenas 3% das pessoas com uma infeção crónica de hepatite B tinham recebido tratamento antiviral até ao final de 2022, enquanto no caso da hepatite C a percentagem foi de 20%.

“São resultados muito abaixo das metas a nível mundial de tratar 80% dos doentes com hepatites crónicas B e C até 2030”, sublinhou Meg Doherty.

Os novos dados indicam uma ligeira melhoria em relação aos números de 2019, mas, “apesar dos progressos realizados em todo o mundo ao nível da prevenção (…), as mortes têm aumentado porque muito poucos com hepatite são diagnosticados e tratados”, disse o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, citado num comunicado.

A OMS lamenta que muitos países não consigam obter medicamentos genéricos acessíveis e pede “medidas rápidas” para mudar a situação, como o alargamento do acesso a testes e a diagnósticos.

Meg Doherty disse ser necessária a integração dos serviços de hepatite viral nos programas existentes de tratamento do VIH, “para alcançar as populações chave” e recordou a importância de reforçar a prevenção das hepatites virais nos recém-nascidos e nos que arriscam a transmissão maternoinfantil (durante a gravidez) da hepatite B.

A Cimeira Mundial sobre Hepatites decorre até quinta-feira.