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Danos em hélice termina com missão histórica do helicóptero da NASA em Marte

Danos em hélice termina com missão histórica do helicóptero da NASA em Marte
Fotografia Nasa

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 26 de janeiro de 2024, às 09:02

Após quase três anos em Marte e uma missão histórica, o pequeno helicóptero Ingenuity deixará de voar sobre o planeta vermelho, devido a um problema ocorrido no seu 72.º voo, anunciou esta quinta-feira a agência espacial norte-americana (NASA).

 

“O que o Ingenuity realizou vai muito além do que pensávamos ser possível”, sublinhou o chefe da NASA, Bill Nelson, numa mensagem em vídeo.

O helicóptero “abriu caminho para futuros voos no nosso sistema solar”, realçou.

Em 2021, o Ingenuity tornou-se o primeiro dispositivo motorizado a voar num outro planeta e provou, desta forma, que é possível voar no ar marciano, com densidade equivalente a apenas 1% da atmosfera terrestre.

O helicóptero originalmente deveria descolar apenas cinco vezes, mas devido ao seu muito bom desempenho, a missão foi estendida até esta quinta-feira.

Durante o seu 72.º voo, na semana passada, o helicóptero atingiu a altitude de 12 metros, mas a comunicação foi interrompida abruptamente pouco antes do pouso.

Ainda foi possível restaurar comunicações no dia seguinte, mas as equipas da NASA conseguiram observar danos numa hélice alguns dias depois.

O helicóptero “já não é capaz de voar”, confirmou a NASA em comunicado, especificando que as causas da interrupção da comunicação ainda estão a ser analisadas.

Durante o seu 71.º voo, o Ingenuity teve que fazer um pouso de emergência, revelou a agência espacial. O 72.º voo foi, por isso, programado como um voo curto, para permitir uma melhor localização.

Com apenas 1,8 quilos, este helicóptero assemelhava-se mais a um grande ‘drone’ que, no total, percorreu cerca de 17 quilómetros e voou a uma altitude de 24 metros, com um tempo de voo acumulado de mais de duas horas.

O Ingenuity chegou a Marte em fevereiro de 2021, com o rover Perseverance, cuja missão é procurar vestígios de vida microbiana antiga em Marte.

Este dispositivo foi assim utilizado como um batedor aéreo, para ajudar o seu companheiro com rodas, que está “muito longe para tentar” visitar o helicóptero e fotografá-lo, detalhou a NASA.

A longevidade do Ingenuity é notável, sabendo que este teve que sobreviver às noites geladas de Marte aquecendo-se graças aos painéis solares que carregavam as suas baterias durante o dia.

A agência espacial norte-americana está a trabalhar nem outro projeto de ‘máquina voadora’, como parte da missão Dragonfly, desta vez tendo como destino a maior lua de Saturno, Titã.