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Adiado para sexta-feira lançamento de satélite com tecnologia portuguesa para Júpiter

Adiado para sexta-feira lançamento de satélite com tecnologia portuguesa para Júpiter
Fotografia Planet Volumes/Unsplash

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 13 de abril de 2023, às 16:01

Em causa estão as más condições meteorológicas.

O lançamento do satélite europeu Juice, que vai estudar Júpiter, agendado para esta quinta-feira, numa missão que envolve empresas, cientistas e engenheiros portugueses, foi adiado para sexta-feira. Em causa estão as más condições meteorológicas, anunciou a Arianespace.

A descolagem, marcada para as 13h15 (hora de Lisboa) a bordo de um foguetão europeu Ariane 5, a partir da base da Agência Espacial Europeia (ESA) em Kourou, Guiana Francesa, foi adiada devido a um “tempo vermelho”, nomeadamente o risco de raios, minutos antes da contagem final. A missão do Juice também servirá para estudar três das maiores luas de Júpiter com potencialidades de albergarem vida. Portugal está representado pelo presidente da agência espacial Portugal Space, Ricardo Conde.

O satélite inclui componentes fabricados pelas empresas portuguesas LusoSpace, Active Space Technologies, Deimos Engenharia e FHP - Frezite High Performance e um instrumento desenvolvido em parte pela Efacec e pelo LIP - Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas. No entanto, o foguetão Ariane 5 e o satélite Juice encontram-se em condições estáveis e seguras na plataforma de lançamento, indicou a Arianespace num comunicado.

Após uma viagem de oito anos, Juice (JUpiter ICy moons Explorer, Explorador das Luas Geladas de Júpiter) vai fazer relatórios detalhados do maior planeta do Sistema Solar e das luas Europa, Ganimedes e Calisto, onde os cientistas pensam que possa existir água líquida (elemento fundamental para a vida tal como se conhece) sob as crostas de gelo à superfície. Juice também vai estudar o ambiente complexo de Júpiter em profundidade e o sistema do planeta como um modelo de grandes corpos celestes gasosos em todo o Universo.

O satélite, que vai ser lançado sexta-feira à mesma hora agendada para eata quinta-feira, deverá chegar ao gigante gasoso passados oito anos, em julho de 2031, fazer 35 voos de aproximação às luas geladas e alcançar Ganimedes em dezembro de 2034. Será a primeira vez que um satélite artificial orbitará uma lua de outro planeta.

Espera-se que a missão da ESA, que custou cerca de 1,6 mil milhões de euros e teve a colaboração das agências espaciais norte-americana (NASA), japonesa (JAXA) e israelita (ISA) em termos de instrumentação e 'hardware', termine em setembro de 2035. Os primeiros dados científicos são expectáveis em 2032.

Júpiter é 11 vezes maior do que a Terra e é composto maioritariamente por gás, como o Sol. Ganimedes é a maior das luas do Sistema Solar e tem um grande oceano sob a sua superfície.

A missão da ESA foi concebida para averiguar se haverá sítios em redor de Júpiter e no interior das luas geladas com as condições necessárias (água, energia, estabilidade e elementos biológicos) para suportar vida. Atualmente, o único satélite artificial em órbita de Júpiter é o Juno, da NASA. Portugal é Estado-membro da ESA desde 2000.