O Moreirense, com 30 casos positivos, apelou hoje à Direção-Geral da Saúde (DGS) que tome «medidas preventivas que entenda adequadas», caso o jogo com o Paços de Ferreira, da sétima jornada da I Liga de futebol, não seja adiado.
«Caso a Liga de clubes, porque responsável pela organização das competições, se abstenha de tomar medidas preventivas, que se impõem e que se revela incapaz de tomar, deverá a Direção-Geral da Saúde tomar medidas preventivas que entenda adequadas», lê-se em comunicado dos minhotos enviado à agência Lusa.
A mais recente bateria de despistagem, realizada na segunda-feira, revelou 30 testes positivos no conjunto vimaranense, entre jogadores, equipa técnica e outros funcionários, acentuando um cenário que já abrangia os guarda-redes Miguel Oliveira, Kewin e Nuno Costa, o defesa Matheus Silva, o médio Galego e o avançado Derik Lacerda.
«A Moreirense SAD foi assolada por um violento foco de infeção, que infelizmente grassa na região em que se situa e que até ao momento contagiou 21 dos seus atletas, todos os membros da equipa técnica, dois elementos do ‘staff’ e o presidente do Conselho de Administração, além de um outro atleta com teste inconclusivo», indicou.
Os vimaranenses lembram que a «autoridade local de saúde pública ordenou a imposição de medidas profiláticas de quarentena obrigatória a outros cinco atletas e cinco membros do ‘staff’, com responsabilidades várias na organização dos jogos, seja diretor de segurança, direto desportivo e responsável pela comunicação».
«Os factos descritos são manifestamente impeditivos da realização do jogo, pelo que a Moreirense SAD comunicou o impedimento à Liga Portuguesa de Futebol Profissional, que é de força maior, e solicitou o adiamento do jogo, por entender não haver condições humanas, de segurança e de saúde pública, para a sua realização», prosseguiu.
Paços não quer adiar jogo
«As diligências decorreram até quinta-feira, quando o Paços de Ferreira comunicou a decisão de pretender jogar no sábado, pelas 15h30. Defrontam-se duas equipas dos concelhos mais assolados pela covid-19. Nada fazer é sinónimo de irresponsabilidade, em vésperas da entrada em vigor do estado de emergência», defendeu o Moreirense.
Face ao alastrar da situação, a administração da SAD, liderada por Vítor Magalhães, decidiu na terça-feira suspender com efeitos imediatos os treinos do plantel principal, em articulação com o departamento médico, enquanto o estádio e outras instalações do Moreirense recebiam os habituais trabalhos de desinfeção.
«A deslocação de meios humanos e técnicos normais neste tipo de eventos, como seja pessoal ligado à transmissão televisiva, afeto à organização dos jogos, ARD´s, força policial, delegados ao jogo, equipa de arbitragem e equipa adversária aumenta o risco de propagação da infeção, que tem foco ativo, pelo menos, na Moreirense SAD», frisou.
O plano de retoma das competições profissionais da Liga de clubes encara um caso de infeção pelo novo coronavírus como uma lesão e estabelece um número mínimo de sete jogadores, entre os quais um guarda-redes e um capitão, para a realização das partidas, condições inviabilizadas junto da estrutura minhota, cuja maioria está assintomática.
«A apenas dois atletas não foi imposta medida obrigatória de recolhimento à sua residência. Dos atletas com resultados positivos, um é reincidente na infeção, depois de mais de 90 dias sobre a primeira cura. Manter o propósito (ridículo) de realização do jogo, que já se viu impossível, poria ainda mais em causa a saúde pública», reforçou.
Sem equipa B nem sub-23, o Moreirense tem 28 jogadores inseridos nos quadros da Liga de clubes, dos quais seis estão lesionados, casos de Abdu Conté, Pedro Amador, André Luís, Derik Lacerda, Lucas Rodrigues e Yan, a par de Sori Mané (não inscrito).
Autor: Lusa
Moreirense exige adiamento do jogo contra o Paços de Ferreira

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Publicado em 06 de novembro de 2020, às 16:48