A portuguesa Mariana Machado assumiu hoje a insatisfação com o desempenho nas meias-finais dos 5.000 metros dos Campeonatos do Mundo de atletismo Tóquio2025, culminando uma época interrompida por uma apendicite.
“Saio daqui extremamente insatisfeita, triste, desiludida. Foi uma época difícil, apesar de ter começado com o recorde nacional dos 10 quilómetros [31.30 minutos, em abril], corri a menos de 15 minutos nos 5.000”, começou por recordar a atleta bracarense.
Qualificada para os seus terceiros Mundiais, depois de ter sido 19.ª em Oregon2022 e 29.ª em Budapeste2023, a jovem atleta do Sporting de Braga, de 24 anos, teve a sua forma interrompida por uma cirurgia.
“Tive apendicite, passei junho sem treinar, estava muito em baixo de forma. Tentei ao máximo melhorar. Estou há dois meses fora de casa, fiz estágio de altitude para melhorar a forma, mas infelizmente o tempo foi escasso. Senti aqui muita falta de ritmo, nunca entrei na corrida”, lamentou, após ter sido 20.ª e última na segunda série das meias-finais, em 15.39,61 minutos.
Um registo notoriamente abaixo do potencial e do que Mariana Machado conseguiu na primeira parte da temporada, na estreia na Liga de Diamante, em Xiamen, onde correu em 14.53,91.
“Não era o resultado que ambicionava nem aquele para o qual trabalho diariamente, mas o meu percurso não acaba aqui. Tenho muito trabalho pela frente e estou focada por continuar a trabalhar e sonhar com resultados melhores. Foi um dia não e quero esquecê-lo, mas saio com aprendizagens”, reconheceu.
No conjunto das duas séries, em que a primeira foi vencida pela queniana Beatrice Chebet, em 14.45,59, à frente da italiana Nadia Battocletti, e a segunda, da portuguesa, pela etíope Gudaf Tsegay, com o tempo de 14.56,46, Machado foi a 39.ª e penúltima.
“Foi uma corrida em que nunca me encontrei, nunca consegui entrar no ritmo da corrida. Fui, como se costuma dizer, em piloto automático, não consegui entrar no ritmo. Não consegui corresponder à expectativa que tinha e foi mais para cumprir, não gosto de desistir com o símbolo do nosso país ao peito, é uma responsabilidade muito grande. Esforcei-me ao máximo para chegar ao fim, mas foi difícil”, concluiu.