O técnico Carlos Carvalhal elogiou hoje os jovens formados no SC Braga. O treinador da equipa principal dos arsenalistas, que falava em conferência de imprensa de antevisão do jogo de amanhã, frente ao AVS, enalteceu o equilíbrio existente nos jovens que têm chegado à primeira equipa do SC Braga. «Não temos aqui miúdos, com grandes tatuagens. Não tenho nada contra as tatuagens ou brincos ma aqui não vêm nada disso. Temos gente equilibradada e isso é muito importante».
O que espera do jogo frente ao AVS?
Alerta máximo. Uma equipa da elite do futebol português que tirou pontos ao Benfica e Sporting merece-nos todo o respeito. E é esse respeito que nos vai levar aos três pontos. Percebemos que têm bons jogadores, têm um bom treinador que conheço bem, por isso, sabemos que não vai ser tarefa fácil porque nenhum jogo do nosso campeonato foi tarefa fácil.Não estamos à espera de forma alguma de facilidades
Como sentiu balneário depois da subida ao 3.º lugar, que aconteceu pela primeira vez nesta temporada?
«Foi uma semana igual a todas as outras, de trabalho, de foco, tentativa de melhorar. Há coisas que nós éramos muito bons, outras em que estávamos mais ou menos bem e havia coisas que estávamos mais ou menos bem e neste momento estamos bem. Mas há sempre coisas a melhorar. Evidentemente o foco foi naquilo que temos que melhorar, no outro aspecto. E focados obviamente nas características, nos pontos fortes e nas qualidades do nosso próprio próximo adversário».
Tem lançado muitos jovens. Só isso é suficiente para o SC Braga dar um salto e lutar por os títulos?
«É uma boa questão. Eu acho que quase nenhum clube do mundo vive cem por cento da sua formação, quase nenhum, inclusive o Ajax, que é um dos casos mais flagrantes, que tem sempre três ou quatro jogadores experientes que depois alicerçam os outros. Interessa ter bons jogadores, interessa estar atento à formação, porque no fundo há um design, há um investimento no clube. Interessa sempre olhar para dentro primeiro, antes de buscar fora. O alicerce de um Braga de futuro passará por ter jogadores da formação, sem dúvida. Mas importa ter a sustentação de todos os jogadores possível, no maior nível possível, para elevar o valor da equipa. Eu acho que esse será um desiderato no futuro, em que no presente temos um bocadinho essa fórmula.Temos jogadores como o Ricardo Horta, como o Moutinho, o Paulo Oliveira, que dão suporte a muitos daqueles jovens que estão na equipa».
Disse que foi uma semana normal, mas foi uma semana normal para o Patrão ou para o Rúben Furtado?
«Fizeram uma semana absolutamente normal. São jogadores muito bem trabalhados.A herança que nós recolhemos do trabalho feito na formação, neste caso do Custódio, do Wender e do Pires, que são aqueles que estão ali nas três equipas mais próximas, é um trabalho muito bom em que os jogadores estão bem preparados a todos os níveis. Não só física, como mentalmente, como taticamente. Há um bom trabalho e evidentemente que os jogadores, quando chegam à primeira equipa, não só reproduzem o bom futebol que têm, como depois interessam a personalidade. São miúdos extremamente equilibrados. E é isso que nós temos na nossa... Se olharem para o plantel e verem os jogadores a quem temos dado oportunidade, se falarem com eles, vão sentir pessoas extremamente equilibradas. Vão olhar para o Chissumba, e verão uma pessoa equilibrada; o Honricek é uma pessoa extremamente equilibrada; o Roger, igual. O Diego, uma pessoa muito tranquila. O próprio Gorby também, o Patrão, o Furtado igual. O Sandro Vidigal também, que infelizmente está lesioando. Não temos aqui miúdos, com grandes tatuagens. Não tenho nada contra as tatuagens ou brincos ma aqui não vêm nada disso. Temos gente equilibradada e isso é muito importante, Tendo em conta a personalidade dos jogadores, não é uma preocupação, porque eles próprios são equilibrados, o grupo é equilibrado também. Anda toda a gente aqui, com os pés no chão».
Se ganhar ao AVS vai ser o treinador com mais vitórias pelo SC Braga… Passa a ter 91.
«Obviamente que é um orgulho, sem dúvidas, Mas não me apraz dizer mais nada do que isto. É óbvio que vou comemorar, mas só vou comemorar no final da época, com a minha família. Vou comemorar a nossa vitória, seja ela quando for, e espero que seja já no domingo, mas não estou focado nisso. Vamos focar naquilo que é o essencial e neste momento essencial é o AVS».
Houve muitas saídas em janeiro e poderíamos estar a falar de um Braga menos forte, mas o que é certo é que conseguiu remendar isso com os jovens da formção…
«Mão firme tenho sempre. Nunca tive desses problemas na minha vida e acreditem que tenho tomado decisões extremamente difíceis ao longo da minha vida. Mas tomei as sempre em consciência, mas não vou por aí. Já disse isso também numa resposta anteriormente, não quero focar nada de negativo no tema dos jogadores que já estiveram no clube e deram o seu contributo.Obviamente que a partir de janeiro, se me perguntarem se eu sinto que esta é mais a minha equipa, se joga mais o nosso futebol, aquele futebol que nós preconizamos, que nós queremos, sem dúvida. E a evolução da equipa partiu por aí, por haver uma identificação maior entre os jogadores que nós temos à nossa frente, e nós, e a nossa forma de jogar. E a equipa tem vindo a evoluir.Se ela seria melhor ou pior com as jogadoras que estavam,não consigo dizer, porque obviamente não seria correto a minha parte. Agora, que esta é uma equipa mais à nossa imagem, sim. Se me perguntarem se é uma equipa perfeita à nossa imagem, não».
Foi lançado por Quinito no SC Braga, um treinador que também apostava muito nos jovens. Foi influenciado por ele na sua carreira de treinador, onde também não tem receio de apostar na juventude? O que sente quando lança todos estes jovens na primeira equipa do SC Braga?
«Sim, nós somos sempre influenciados por toda a gente que passa por nós, em especial o Quinito, que é marcante para mim. Marcante para mim também foi a estreia no Sporting Clube Braga, tinha a 17 ou 18 anos e obviamente que isso foi um momento marcante na minha vida. Sinto algum prazer especial em reviver esses momentos através dos jogadores que eu tenho, sem dúvidas. No fundo, cada vez que tenho um jovem a singrar e a ter sucesso,eu tenho uma satisfação tripla, digamos. Uma satisfação por lançar alguém, satisfação por o próprio jogador e também por reviver os momentos que vivi quando tinha a idade deles. Tenho consciência daquilo que provoco nos jogadores e tenho consciência também da minha própria satisfação que isso acontece. Mas há uma coisa aqui importante. Eu não estreio por estrear. Eu estreio porque eles merecem. Eles estão a jogar porque merecem jogar. E temos de saber, no fundo, a nossa confiança é tanta que, por exemplo, recordo o jogo com o jogo em casa com o Arouca, com o 2-1, o Patrão foi para o campo aos 62 ou 63 minutos, não nos últimos 5. O Furtado entrou em Faro e o resultado era 0-0. Portanto, nós não temos metido os miúdos quando estamos a ganhar 4-0 num jogo aparentemente fácil. Nós temos utilizado os jogadores, em função daquilo que nós entendemos que é o valor deles, aquilo que eles podem aportar à equipa e eles têm sabido, a maior parte deles, ou a esmagadora ou toda a totalidade deles têm sabido corresponder. Os miúdos nunca nos decepcionam».
O Hornicek apontou fasquia ao terceiro lugar em declarações no podcast do clube. Esta irreverência da juventude é importante para luta por ess fasquia?
«Aquilo que eu quero dizer às pessoas, aos adeptos do Sporting Clube Braga é o seguinte. Eu sou da opinião que não há mais ambição possível do que querer vencer o próximo jogo. Há maior ambição que esta? O foco é no primeiro passo que nós temos que dar, que é o próximo. É o jogo mais importante da nossa vida, que é o próximo, que é com o AFS. Essa é a ambição máxima. Porque a seguir a esta, vem outra e vai ser exatamente a mesma coisa. Portanto, mais ambição do que isto é impossível. Nós estamos com a ambição máxima para vencer o AFS. Esse é o nosso foco, é a nossa determinação. E depois, vamos ver o passo seguinte, porque não podemos dar dois passos cada vez».