O presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), Pedro Proença, obteve hoje apenas sete votos e falhou a eleição para o Comité Executivo da UEFA, pondo fim a 12 anos seguidos de representação lusa nesse organismo.
Em Belgrado, no 49.º congresso da UEFA, o novo líder da FPF, antigo presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) e ex-árbitro, foi mesmo o candidato menos votado entre as 55 federações nacionais.
Para alcançar a nomeação, Proença necessitava no mínimo de 28 votos, mas somou apenas sete, de acordo com os resultados divulgados pelo próprio presidente da UEFA, o esloveno Aleksander Ceferin, e ficou bem longe do objetivo de continuar a representar o futebol português no Comité Executivo.
“Hoje, o futebol português saiu derrotado. Perderam os jogadores, perderam os treinadores, perderam os árbitros, perderam os dirigentes, perderam os clubes, perderam as associações distritais, perderam as associações de classe, perdeu a Liga. Hoje, perdemos todos”, disse Pedro Proença, em declarações divulgadas no site oficial da FPF.
Proença foi um dos 11 candidatos aos sete assentos de membros masculinos para os mandatos de quatro anos e tentava suceder a Fernando Gomes, antigo presidente da FPF, que esteve no Comité Executivo entre 2013 e 2025.
“Deixo uma garantia que, em 2027, num contexto mais favorável, e com todos imbuídos do mesmo sentimento e unidos pelo mesmo objetivo, iremos colocar o futebol português no lugar que é nosso por direito próprio. O futebol português tem de estar representado nas mais altas instâncias do futebol internacional”, acrescentou o dirigente de 54 anos.
Além de Fernando Gomes, Francisco Cazal Ribeiro (1968), Antero da Silva Resende (1984-1992) e Gilberto Madaíl (2007-2011) foram os outros representantes lusos no órgão da UEFA.
O italiano Gabriele Gravina e o alemão Hans-Joachim Watzke foram reconduzidos para mais quatro anos e vão ter a companhia do holandês Frank Paauw, do croata Marijan Kustić, do finlandês Ari Lahti, do estónio Aivar Pohlak, do arménio Armen Melikbekyan e da norueguesa Lise Klaveness, que foi a única candidata à quota feminina.
Além de Proença, Hugo Quaderer, do Liechtenstein, Dominique Blanc, da Suíça, e Cezary Kulesza, da Polónia, também falharam a eleição.
O Comité Executivo tem o poder de adotar regulamentos e tomar decisões sobre os assuntos que não se enquadram na jurisdição do Congresso da UEFA ou de outro órgão, devendo supervisionar a administração, definir a estrutura organizacional do organismo ou aprovar o plano de negócios anual.
Ainda como presidente da FPF, em 31 de janeiro deste ano, Fernando Gomes indicou o nome de Proença, então líder da LPFP e ‘vice’ por inerência da FPF, como “candidato em nome de Portugal” ao Comité Executivo.
Mais recentemente, após Proença ter tomado posse na FPF e de ter enviado uma carta às 55 federações membro da UEFA na qual declarava ter o apoio de Fernando Gomes, o agora presidente do Comité Olímpico de Portugal negou esse mesmo apoio, também em carta às federações.
“Pedro Proença escolheu o caminho da destruição do legado que eu e a minha equipa construímos ao longo de 13 anos, através de decisões e insinuações públicas que visam atacar o nosso bom nome e que, como se verá, são completamente infundadas”, criticou Gomes.
Também hoje, Fernando Gomes, agora com funções fora do futebol, formalizou a saída do Conselho da FIFA, que integrava como representante europeu.