O árbitro da AF Braga e da Fifa João Pinheiro, natural de Famalicão, esteve na Escola Profissional Profitecla e conversou com cerca de 150 alunos dos Cursos Profissionais Apoio à Gestão e Marketing, CEF Empregado de Mesa e Comunicação: Marketing, Relações Públicas e Publicidade.
A palestra decorreu no âmbito da iniciativa "Árbitro na Escola", e João Pinheiro falou sobre o seu percurso, sobre as dificuldades do caminho até ao topo e sobre a família, numa conversa franca e abertas.
“Adoro futebol, joguei futebol, mas não tinha grande jeito. O cartão de árbitro permitia-me ver jogos gratuitamente. Experimentei, gostei e fiquei até hoje” referiu explicando como começou a arbitrar.
O melhor árbitro português na época 2023/2024 respondeu às questões dos estudantes sem reservas e falou do “jogo mais especial que já arbitrou”, o primeiro da Liga dos Campeões, em que sentiu “emoção ao ouvir o hino da competição”.
Quando questionado sobre a pressão dos grandes jogos e sobre o que ouve vindo das bancadas, Pinheiro explicou “num estádio cheio não oiço nada. Estou focado no meu trabalho, na exigência do que estou a fazer. Os insultos são um problema cultural. Acontece em Portugal, Espanha, Grécia, Turquia, mas não acontece nos países nórdicos. Mas o facto de ser cultural não deve normalizar algo que não está correto. Iniciativas como esta também pretendem sensibilizar para o bom comportamento na bancada e fora dela. Não faz sentido um árbitro precisar, em determinado momento, de proteção social”.
Apesar dos desafios da relação árbitro-adepto, o internacional português está feliz com a profissão escolhida.
“Durante o jogo a experiência é espetacular. Sou mesmo muito feliz. São 90 minutos nas nuvens, a viver o momento. Não se explica. A arbitragem tem-me dado oportunidades únicas de conhecer tantos países, tantos estádios, de ver jogar, diante de mim, alguns dos melhores jogadores do mundo. Não é monótono em momento nenhum”.
Segundo o comunicado da Profitecla, a iniciativa "Árbitro na Escola" pretende promover o fairplay, o respeito e a empatia valorizando o papel do árbitro e das equipas de arbitragem no jogo, promovendo a literacia para as leis de jogo e, ainda, mostrando a arbitragem como uma possibilidade de carreira desportiva.