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«Perder frente ao rival pesa o dobro»

«Perder frente ao rival pesa o dobro»
Fotografia DR

Publicado em 19 de setembro de 2024, às 14:06

Carlos Carvalhal, técnico do SC Braga, quer reação do plantel já amanhã, frente ao Nacional

O técnico do SC Braga, Carlos Carvalhal, quer uma reação do plantel à derrota no último dérbi frente a Vitória SC (2-0) já amanhã quando visitar  Nacional da Madeira (20h15), em jogo a contar para a 6.ª jornada da I Liga. O treinador reconhece que «perder frente ao rival pesa o dobro» mas também deixou bem vincado que «só os mais fortes reagem depressa» às adversidades.

Leia tudo o que Carlos Carvalhal disse na conferência de imprensa de hoje:

O que é preciso fazer para regressar aos triunfos?

Esperámos um jogo difícil obviamente, frente a uma equipa muito bem orientada, que tem um bom treinador, que por muito mérito subiu à Primeira Liga e reforçou-se bem. Não há jogos fáceis na Liga portuguesa, mas o nosso objetivo é jogar para ganhar e reagir rapidamente. A palavra da ordem é reagir rapidamente ao último resultado e dar uma imagem completamente diferente daquela que demos no jogo aqui em casa e entrar na nossa esteira.


- Zalazar é baixa para este jogo. Vai recuperar alguns dos outros jogadores que estão lesionados?

João Moutinho, Zalazar e Bmbu estão fora, o resto temos o plantel todo disponível, além do Bright.

Que peso terá no plantel a derrota frente ao Vitória?

Não vamos escondê-lo, é uma derrota que pesa. Uma derrota contra um rival pesa o dobro de uma derrota normal. Ponto. Mas toda a gente cai na vida e isto é para quem se levanta o mais rápido possível. Disse isso aos jogadores, não é para o futebol, isto é para a vida. Todos nós temos problemas na nossa vida. Os mais fortes reagem mais rapidamente. Os mais fortes já estão no dia seguinte a lutar por qualquer coisa, porque não podem fazer nada sobre o passado, mas podem fazer sobre o presente e sobre o futuro. E quanto melhores estiverem no presente, estarão no futuro. Esta foi a mensagem passada aos nossos jogadores. Esperamos, acima de tudo, uma boa reação a um jogo mau que nós tivemos, sem dúvida.

 

-Reconhece algum défice de referências hoje no SC Braga, considerando que muita gente que já estava completamente firmada e no clube saiu. E, por exemplo, Ricardo Horta está num momento de menor fulgor?

Eu não quero entrar em desculpas porque tudo o que eu puder dizer vai parecer desculpas. Mas vou tentar ser o máximo factual. Eu tive, no último passagem do SC Braga, dois anos completamente distintos. Entrei num primeiro ano em que a equipa estava praticamente oleada, digamos assim, em que nós acrescentámos valor e conseguimos fazer um ano absolutamente fantástico. 

O segundo ano teve características completamente diferentes. O SC Braga como os outros clubes, teve algumas alterações no plantel, o que é perfeitamente normal para sustentabilidade dos clubes. Foi um ano em que se apostou muito mais forte na juventude e assumiram-se a jogar jogadores que não jogavam tanto no primeiro ano. 

E, obviamente, no segundo ano fizemos um ano bom, na minha opinião. Um ano bom, mas não foi tão bom quanto foi o outro, porque havia jogadores que, principalmente numa primeira fase da época, em realidades diferentes, tiveram que se adaptar ao clube, às dificuldades do clube, ao nosso campeonato. A realidade é que nós, inclusive, em dezembro tivemos um mau mês. Mas vou relembrar que, na segunda volta, como muita gente jovem, sem experiência do nosso campeonato ainda, conseguimos ganhar ao Benfica,FC Porto, com o Monaco, e chegámos ao quartos de final da Liga Europa, com uma segunda volta absolutamente fantástica.

Agora estamos num ciclo semelhante, um começo com muitas alterações, o SC Braga rejuvenesceu a equipa com jogadores que não estavam habituados ao nosso campeonato, embora de qualidade excelente. Veja-se o encaixe financeiro realizado com Vitinha, Al Musrati e Rodrigo Gomes, jogadores que quando chegaram ao Braga pouca gente os conhecia. Este ano está a acontecer algo parecido. são jogadores que à primeira vista não dizem nada, são jovens e vão cometer erros, que podem custar pontos. A tendência é melhorarem e ficarem mais fortes. Para azar nosso, devido a lesões de elementos importantes, tiveram de se assumir outros, que não se deveriam assumir agora, a fim de estarem melhor integrados. Vieram de divisões inferiores mas ainda se vão valorizar e progredir muito.



Guitane e Ismael Gharbi já estão preparados para jogar?

Sim, cada vez melhores e cada vez mais adaptados. O Guitane na semana passada não foi convocado por questões de ritmo, ainda há alguma dificuldade, porque é um ritmo diferente aqui no SC Braga, mas treinou muito bem esta semana está convocado. O Ismael também já muito bem adaptado também e de grande qualidade. Está convocado também

Como tem sido a semana com António Salvador após a derrota no dérbi?

Obviamente que quando não se ganha não é o melhor ambiente, não se tem a melhor cara, mas o presidente, acima de tudo, é muito consciente e marca presença diária aqui no centro de treinos. Aliás, como faz habitualmente, mas falou sempre pelo lado positivo. Que temos de levantar a cabeça e seguir em frente. Custa muito, mas foi um jogo. Nós temos muito campeonato pela frente e ainda há a Taça da Liga, Taça de Portugal e Liga Europa. Há vida para além deste jogo e isso é o mais importante. É aquilo que eu dizia há pouco: reagir o mais rápido possível e os mais fortes reagem mais rapidamente do que outros, por isso é que uns são mais fortes do que outros. Nós queremos demonstrar que tipo de sangue é que nós temos dentro de nós.

A estreia de João Ferreira como terceiro defesa signfica que poderá equacionar esse sistema no futuro?

Com o João bem, quando o Bambu recuperar também, com o Bright, o Niakaté, inclusive o Paulo Oliveira e também Marín, nós vamos ter capacidade para jogar como nós gostamos, pressionantes com a linha de subida, com qualquer de três jogadores muito rápidos ou a poder buscar e jogar com 60 metros nas costas. Temos os jogadores com essa capacidade e mais do que isso. Até estou com alguma ansiedade positiva no sentido de recuperar os jogadores todos e ver até que ponto nós não conseguimos introduzir aqui dinâmicas diferentes e mais ousadas do que no passado, porque temos jogadores para isso. Qualquer um deles tem velocidade e competência e capacidade de organização para desmembrar os adversários. No presente estou satisfeito, mas quando tiver toda a gente a top, bem preparada e mais oleada, vamos com certeza fazer ainda melhor.