Artur Jorge abordou hoje de forma aberta as notícias que o dão na rota do Spartak de Moscovo e a possível vinda de Daniel Sousa para o render. O técnico revelou ter sido abordado «há uns tempos» pelos russos do Spartak e até por outros clubes mas recusou tendo em vista o projeto que mais o seduz: o SC Braga, com quem tem contrato até 2025.
Leia tudo o que Artur Jorge disse na conferência de imprensa:
Receção ao Gil Vicente
Foi um jogo que nos marcou de forma especial pelo contexto em que tivemos de ir em busca do resultado. Temos a ambição, o crer de uma equipa que tem uma energia positiva para podermos vencer o jogo e somar três pontos, que nos fugiram na primeira volta.
Spartak Moscovo agrada-lhe?
O projeto que me agrada é no que eu estou. O que me agrada e o que quero.
Na última conferência acabou-a a dizer que tinha ambição de ganhar aqui e noutro lado…
E mantenho isso. Vamos esclarecer de uma vez por todas. Disse-o e mantenho, porque quero ganhar aqui no Braga e porque já deu tantos resultados, um título, 78 pontos na época anterior, mas naturalmente quero ganhar no dia em que sair daqui. A verdade é que cada dia que passa mais próximo estou da saída porque o contato é até 2025. Fui abordado há uns tempos pelo Spartak de Moscovo e por outros clubes para contar com os meus serviços, mas a minha decisão foi a de negar, porque estou comprometido com o SC Braga, que reforcei quando renovei contrato. É inequívoca a minha vontade de continuar aqui dentro. Esta é a verdade: sou treinador do SC Braga até 2025. E, até que não me queiram, cá continuarei. A renovação foi em cima da confiança no meu trabalho e em quem acredita aqui dentro no que estou a fazer. Em ocasiões anteriores recusei outros projetos.
Contrato até 2025
Tenho contrato até 2025. Faz parte do vosso trabalho. Ando nisto há muito tempo e em qualquer abertura aproveita-se para extravasar os contextos. Se me incomoda? Nada. O meu foco é vencer o Gil Vicente e continuar o meu trabalho aqui dentro, de sucesso, e só assim poderei ter clubes de grande dimensão interessados em mim. Quero ganhar títulos, como já o fiz, e a minha missão é essa.
Mas não sente o devido reconhecimento?
Não estou a puxar de glórias, são factos.
Partilha da ideia de Carlos Carvalhal que Braga é boa madrasta e má mãe?
Partilho. É isso que sentimos. Sou tão braguista como o Carlos Carvalhal, sou amigo dele e sei que nos é exigido ganhar. Ganhamos todos e perdemos só nós [treinadores]. Quando sentimos a camisola que vestimos a cobrança é maior. É a realidade e é preciso ter uma autoconfiança muito grande. Há a confiança de outros grandes clubes que mostram interesse. Se me faz confusão as críticas? Ganhar um título e três dias depois ver lenços brancos… Se há uma mágoa, essa é a que possa expor.
Tem sonhos para concretizar como treinador?
Há muitos sonhos por concretizar, mas é sempre prematuro. Tenho um compromisso com o SC Braga, poderiam ser projetos interessantes, mas vêm no timing errado. O que me move aqui dentro é muito mais do que dinheiro, é um projeto de vida que vi concretizar. Não tenho intenção de o deixar cair.
Zalazar em detrimento de Vítor Carvalho?
Fomos variando, temos alternando em 4x4x2 ou 4x3x3, há de facto essa possibilidade. Muito do que fazemos é em função dos jogadores, do adversário.
A confiança dos adeptos e da estrutura atualmente é a mesma da primeira época?
Posso aceitar alguma desconfiança do projeto que temos e do que estamos a fazer. Perdoem-me para puxar o que vou argumentar. Percebo que haja sempre uma grande exigência, mas não é nunca maior do que tenho para mim próprio. Por outro lado, aceito algum desconforto, mas conquistámos um terceiro lugar, superámos todos os registos históricos, e 78 pontos será um número difícil de bater. A minha ambição era a de continuar a ganhar, por isso, entrámos na Liga dos Campeões num grupo em que fizemos quatro pontos, frente a adversários de enormíssima qualidade. Posteriormente, vencemos um título, a Taça da Liga, depois de ultrapassar o Sporting, confirmando o favoritismo com o Estoril. Este é um projeto ganhador, quer se queira ou não. Temos a ambição de fazer mais e melhor. Há sempre momentos de quebra, melhores do que outros e o que procuro é o comprometimento de darmos o melhor e continuar a vencer.