Na ressaca da eliminação europeia aos pés do Qarabag, ao SC Braga resta-lhe agora o campeonato para «fazer o melhor» e isso passará por começar a vencer no Estádio do Bessa esta noite, num duelo que fecha a jornada 23 da I Liga. «Queremos dar continuidade às duas vitórias que temos. Temos pela frente um adversário muito forte, a jogar em casa é tradicionalmente difícil pela sua qualidade e combatividade. Sabemos que vamos ter dificuldades, mas preparámos isso», referiu o técnico dos bracarenses na antevisão ao desafio de hoje (20h15) com as panteras.
«O Boavista é uma equipa muito combativa, tem bons valores individuais, onze forte de base, que tem uma dinâmica interessante e tem uma capacidade de entrega ao jogo», detalhou. Mesmo depois de ter sido afastado da Liga Europa pelo Qarabag, Artur Jorge recusa assumir que a equipa está numa «espiral negativa» e sublinha que o foco está em «conservar o quarto lugar», ainda que não deixa de olhar mais acima. «Há um exercício muito fácil que podemos fazer. Como bloco de jogos, em termos de resultados, não é mau. Não pode ser considerado como espiral negativa. Estamos é a vivenciar uma carga negativa de expetativas que tem pesado muito na equipa e temos sentido dificuldades em sair dela. Tem havido pouca valorização em relação ao que temos feito e mais críticas, e isso tem tido peso. O que vou exigir, a mim próprio até, é dedicação, ambição e trabalho para atingirmos os objetivos que temos pela frente. Queremos conservar o quarto lutar, mas nunca perder a capacidade de chegar mais longe. Devemos ter essa ambição, mas temos de ser competentes para o conseguir», analisou.
O técnico deixou também a garantia de que as críticas feitas recentemente ao comportamento individual dos jogadores, como aconteceu com os azeris, estão alinhadas com o discurso interno. «Aquilo que faço convosco nunca faço antes de falar com os jogadores, que reconhecem isso. Percebemos que temos tido alguns erros individuais e que têm sido por de mais na época. Isto tem feito com que também tenhamos sido penalizados. É uma crítica que faço externamente, mas sou bem mais duro internamente. Não é para nós um tabu e temos de fazer melhor. Cada um de nós. Esse é o desafio que temos pela frente, ir melhorando», comentou. «A avaliação [referindo--se às declarações após a eliminação europeia] tem a ver com a honestidade e a forma justa com que trabalhamos internamente. O que demonstrei foi o sentimento de toda a equipa, não só do resultado do jogo, mas da eliminatória. Entrámos na discussão da eliminatória e acabámos por hipotecar tudo o que era a continuidade na prova. Temos de virar atenções para o campeonato, para os 12 jogos que faltam e o único objetivo é fazer o nosso melhor», rematou Artur Jorge.