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Vela/Mundiais: Portugueses são "tecnicamente tão bons" quanto os melhores

Vela/Mundiais: Portugueses são "tecnicamente tão bons" quanto os melhores
Fotografia FPV

Agência Lusa

Agência noticiosa

Publicado em 10 de agosto de 2023, às 14:37

O presidente da FPV diz que a única desigualdade no desempenho dos portugueses está nas condições de trabalho disponíveis.

O presidente da Federação Portuguesa de Vela (FPV), Mário Quina, considerou esta quinta-feira que os portugueses são “tão bons tecnicamente” quanto os melhores do mundo, sendo que a única desigualdade no desempenho está nas condições de trabalho disponíveis.

“Estamos a competir com gente muito boa. Nós somos bons e muito bons, mas eles também. Às vezes há diferença no material, no treino, qualquer coisinha que pode fazer a pequena diferença. Não é na competência técnica, aí somos tão bons como os outros”, destacou o dirigente, a dias do início dos mundiais, em Haia, a partir de sexta-feira.

Em declarações à Lusa, assegurou que os portugueses são “tão bons quanto os melhores” do planeta e que a única coisa que falta à vela nacional para ser ainda mais competitiva internacionalmente é contar com mais apoios, até porque a disparidade é assinalável para vários rivais. “Há federações de vela que têm tanto dinheiro como existe em Portugal para todos as federações, e assim não é fácil competir. Estamos sempre a chegar ao fim do mês e ver como pagamos as contas ou conseguir apoiar toda a gente. Hoje em dia, um atleta, para ter alguma capacidade, deve ter uma preparação muito grande no mar, mais de 260 dias por ano, apoio ao nível de treinador, psicológico, nutrição, barco, material... É pesado”, constatou.

O presidente da FPV lamentou o facto de o desporto não ter sido contemplado pelo governo português no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência, com fundos da União Europeia), considerando que isso poderia ajudar a potenciar uma maior consistência de resultados de relevo à escala global. “Se o desporto também estivesse envolvido nisso, a vela… O desporto não é so futebol. É fantástico, porém existem igualmente outras modalidades. E era importante que os nossos governantes não se esquecessem disso”, alertou. O facto de “fazer omeletes sem ovos” torna mais “difícil” a gestão da sua equipa e a missão de dar “maior apoio” aos candidatos olímpicos, uma vez que “o dinheiro não chega para tudo”.

Apesar de estar no seu primeiro mandato, assume o sonho de devolver a vela portuguesa aos pódios olímpicos, depois da prata da dupla Duarte e Fernando Belo em Londres1948 na classe swallow e dos primos Mário e José Quina (pai e tio do dirigente) em Roma1960 em star, bem como o bronze de Joaquim Fiúza e Francisco Andrade em Helsínquia1952 em star e Hugo Rocha e Nuno Barreto em Atlanta1996 em 470. “Devemos ter objetivos altos, contudo ser também realistas, pois temos de dotar-nos de condições humanas e financeiras, senão é muito difícil. Temos de continuar a batalhar para trazer novas medalhas, o que não é nada fácil”, reconheceu.

Após apresentar cinco velejadores em Tóquio2020, a vontade é superar esse número em Paris2024 enquanto a federação continua a trabalhar para “evoluir” em diversos domínios, como a relação com os clubes e os organismos e parceiros, e a comunicação, entre outros. “É uma coisa que demora tempo, não é para um ano ou dois. Estamos a cumprir aquilo que pretendíamos de colocar a vela outra vez no lugar que merece”, concluiu.

Os Mundiais de vela decorrem de sexta-feira a 20 de agosto em Haia, com Portugal a estar representado por uma seleção de 15 atletas em busca de apuramento olímpico, além de quatro na vertente adaptada.