Hélio Sousa, selecionador que em 2018 levou Portugal à conquista do Europeu de sub-19, acredita que a equipa das quinas tem condições para repetir o feito na final que discute domingo com a Itália, em La Valletta, Malta.
“Estamos muito bem preparados e temos qualidade mais do que suficiente para conseguir ter êxito. O ‘staff’ técnico, liderado por Joaquim Milheiro, que me tinha acompanhado nesse processo em 2018, e os jogadores têm feito um trabalho extraordinário e têm condições para que Portugal volte a ser campeão europeu”, disse.
Em entrevista à Lusa, o treinador, que em 2019 assumiu o comando técnico do Barém, não poupa elogios à caminhada 100 por cento vitoriosa da equipa, que, depois de três triunfos na fase de grupos, afastou nas meias-finais a Noruega com uma goleada, por 5-0. “Têm feito uma competição extraordinária. Mesmo com alguns jogadores impedidos de participar nesta fase final, por estarem a competir noutros patamares nos seus clubes, está-se a confirmar o valor desta geração, que tem feito um percurso extraordinário”, vincou.
Hélio Sousa, de 53 anos, lembrou que tal como acontece na edição 2023 do Europeu, em 2018, Portugal também defrontou a congénere italiana na fase de grupos e, mais tarde, na final, que a formação lusa venceu, por 4-3, após prolongamento. “Há cinco anos também apanhámos a Itália na fase de grupos. Na altura, tivemos um jogador expulso no início do jogo e acabámos por perder, por 3-2. Voltámos a encontrar os italianos na final, que vencemos por 4-3, após prolongamento”, recordou.
Em relação à possibilidade de os sub-19 nacionais se apresentarem agora com excesso de confiança, depois de terem goleado (5-1) a Itália na fase de grupos, o treinador setubalense é perentório a afastar esse cenário. “Não acredito. O Joaquim Milheiro, que conheço bem, não o irá permitir. Os jogadores sabem que esse resultado foi conseguido num contexto particular, em que estávamos a ganhar 1-0 e a Itália teve um jogador expulso. Fomos excelentes a aproveitar essa superioridade numérica. Este jogo vai ser completamente diferente”, alertou.
Hélio Sousa também se escusa a atribuir o favoritismo a Portugal e recorda que o conjunto transalpino – e um jogador seu em particular – conhecem muito bem o oponente que vão enfrentar. “Numa final, não se pode falar em favoritos. A Itália tem bons jogadores, sendo que um deles, o Cher Ndour, que vai sair agora do Benfica, fez quase toda a sua formação em Portugal, conhece muito bem esta geração e transmitirá, certamente, aos seus colegas algumas informações”, refere.
O antigo seleccionador nacional, que tem no currículo os títulos de campeão da Europa de sub-19 e sub-17, encara com naturalidade mais esta presença de Portugal numa final. “Estando Portugal nas fases finais de sub-19, que só têm dois grupos, temos muitas probabilidades de estar sempre nas meias-finais. Somos fortes o suficiente para ficarmos nos dois primeiros e estarmos nas meias-finais. O nível de países como o nosso, Itália, Alemanha, Países Baixos, França, Inglaterra é muito similar. Em jogos que envolvem estas equipas há muitos pormenores que podem fazer a diferença. Creio que estamos muito preparados para sermos fortes nos pormenores que podem decidir o jogo”, vaticinou.
Sobre o Europeu realizado em 2018 na Finlândia, Hélio Sousa vincou as mais-valias do plantel que trouxe o título para Portugal, depois de uma partida que só foi ganha no prolongamento (2-2 no final dos 90 minutos e 4-3, após prolongamento). “A Itália tinha uma seleção fortíssima e nós também tínhamos jogadores com uma experiência grande, vindos de uma equipa que tinha sido campeã da Europa de sub-17 dois anos antes. Vencemos, 5-0, a Ucrânia na meia-final, fomos confiantes para a final e o grupo demonstrou que estava mais do que preparado e venceu”, recordou.
A final do Campeonato da Europa de sub-19 está agendada para domingo, no Ta’Qali Estádio, em La Valletta, às 20h00 (horas de Lisboa).