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Francisco Fontes estreia em Braga “Casa Alheia” inspirada no “Livro do Desassossego”

Fotografia DR

Redação/Lusa

Publicado em 21 de novembro de 2025, às 14:49

Na próxima sexta-feira, no Conservatório Calouste Gulbenkian

O Drumming GP e a Sinfonietta de Braga estreiam na próxima sexta-feira, em Braga, a composição “Casa Alheia”, de Francisco Fontes, inspirada no “Livro do Desassossego”, de Bernardo Soares, um dos heterónimos de Fernando Pessoa.

Não é a primeira vez que o compositor se inspira nesta obra pessoana: o ano passado estreou “Fragmentos de Vida”, no Bozar, em Bruxelas, pelo Áglica Trio, com narração do próprio compositor, no âmbito do festival Klarafestival.

Na próxima sexta-feira, “Casa Alheia” vai ser estreado pela Sinfonietta de Braga e pelo Drumming GP, contando ainda com o ator André Clara Lopes e as cantoras Rita Morais e Helena Ressurreição.

André Clara Lopes fará a narração do texto, mas “a ideia é criar uma dramaturgia, a partir de três espaços de Bernardo Soares, o seu escritório, o apartamento onde vive, e o espaço que percorre entre os dois, isto é, a Rua dos Douradores [em Lisboa]”, explicou Francisco Fontes à agência Lusa.

Relativamente a esta composição, Francisco Fontes afirmou que “tem um trabalho de curadoria do texto [pessoano] no sentido de o transformar com mais arte dramática”.

Francisco Fontes realçou que “Casa Alheia” reflete “questões identitárias presentes no universo de Fernando Pessoa/Bernardo Soares, que dialogam com preocupações socioculturais dos dias de hoje”.

“Casa Alheia” encerra uma tetralogia em torno do “Livro do Desassossego”, que inclui as peças “Ficções”, estreada pelo Quarteto de Cordas de Matosinhos, e “De Manhã esta Mágoa”, que foi estreada pela Orquestra Clássica do Centro, no âmbito do seu doutoramento na Guildhall School of Music & Drama, em Londres.

O concerto realiza-se no Auditório Adelina Caravana, do Conservatório de Música Calouste Gulbenkian, em Braga, cujo programa inclui Música para Cordas, Percussão e Celesta, de Béla Bartók.

O compositor está a trabalhar numa peça inspirada em Lisboa, onde viveu, que será estreada pela Orquestra de Câmara Portuguesa e pela Jovem Orquestra Portuguesa, em janeiro próximo, no Centro Cultural de Belém, na capital.

Francisco Fontes nasceu em Braga em 1993 e aos 6 anos iniciou os estudos musicais, precisamente no Conservatório Calouste Gulbenkian, onde frequentou aulas de trombone com Zeferino Pinto, concluindo o oitavo grau. Estudou ainda composição e análise musical com Paulo Bastos, André Ruiz e Ana Paula Moura.

Em 2012, Fontes ingressou no curso de licenciatura em Composição Musical pela Escola Superior de Música de Lisboa, sob a orientação de Luís Tinoco e João Madureira. Em disciplinas complementares colaborou com António Pinho Vargas, Carlos Caires, Carlos Marecos, José Luís Ferreira, Sérgio Azevedo, Roberto Pérez, Paulo Lourenço, Alberto Roque, entre outros.