No âmbito das eleições que se realizam no próximo domingo, 18 de maio, o Diário do Minho endereçou um conjunto de questões aos cabeças de lista pelo Círculo Eleitoral de Braga. Alguns responderam em forma de pergunta/resposta e outros optaram por texto corrido. Foi o caso de Hugo Soares, da coligação Aliança Democrática (AD) PSD-CDS.
Assim, sobre as razões para se votar na AD e não em outra candidatura ou partido, Hugo Soares respondeu que a primeira é o que foi concretizado nos últimos 11 meses.
«Nós cumprimos com a nossa palavra. Nós baixámos os impostos sobre as pessoas, nós baixámos os impostos sobre as empresas, nós aumentámos duas vezes as pensões dos pensionistas e dos reformados, nós aumentámos duas vezes o complemento solidário para idosos (...), nós valorizamos 19 carreiras da administração pública, nós devolvemos a paz à escola pública, dignificando a carreira do professor, nós valorizámos as forças e os serviços de segurança, nós apostamos nos jovens com o IRS Jovem e a isenção de impostos na compra de primeira habitação», elencou Hugo Soares, realçando que «quem se apresenta perante os eleitores com este legado pode ambicionar, humildemente, a ter um melhor resultado».
A segunda razão apontada é o facto de a AD apresentar uma lista só com nomes do distrito e «de grande qualidade».
Hugo Soares defendeu ainda que a AD tem um projecto fiável e pede «a todos os que vivem e trabalham neste distrito» para que comparem «estes 11 meses de realizações no distrito de Braga, com os oito anos da Governação do Partido Socialista».
Reorganização do Nó Infias, variante das Terras de Basto, variante de Vila Verde e Hospital de Barcelos são apontados como exemplos de projetos que com o PS eram «dossiês na gaveta», mas que deram passos com o atual Governo da AD. «Atendendo a estas razões, eu creio que é legítimo que, com humildade, a AD, a coligação PSD/CDS-PP possa pedir aos bracarenses um voto reforçado de confiança», afirmou o cabeça de lista da AD, que em 2024 elegeu oito deputados por Braga. «Apelamos ao voto útil para reforçar a estabilidade que o país precisa», sublinhou Hugo Soares, argumentando que «o país não aguenta estes mini-ciclos» governativos e alertando que o Governo não pode estar dependente de outras forças políticas para governar.
«Ouvir, às vezes, o secretário-geral do PS dizer que deu toda a estabilidade do mundo para que o Governo governasse é um bocadinho ridículo», afirmou, lembrando as difíceis negociações para fazer aprovar o Orçamento de Estado, o que só aconteceu graças «à grande capacidade de negociação» de Luís Montenegro.
Acusou ainda o PS de, na primeira oportunidade, ter derrubado o Governo, ao não viabilizar a moção de confiança.
O cabeça de lista da AD para o distrito de Braga considera que, nesta legislatura, o partido de André Ventura não só foi «cúmplice do PS», como também «desprestigiou» as instituições. «Eu queria mesmo falar para essas centenas de milhares de portugueses que votaram no Chega. Eles sabem hoje que foi um voto desperdiçado», disse, considerando o Chega «uma desilusão» para esses eleitores que acabaram por escolher «um conjunto de deputados» que «não tinham sequer condições para os representar» na Assembleia da República.
Hugo Soares é taxativo ao afirmar que «precisamos de imigrantes», pois «o país precisa de gente para trabalhar e ainda bem, pois é sinal da pujança da economia», mas salvaguarda que «não podemos é deixar as portas escancaradas sem saber quem cá temos». «Portugal tem uma obrigação de receber com humanismo. Nós não podemos aceitar que vivam 10, 15, 20 pessoas na mesma casa. Mas também temos especiais responsabilidades de segurança e de perceção da segurança. Portanto, atuamos de dois lados. Do lado da procura, ou seja, do lado das empresas que precisam de pessoas para trabalhar. E o que fizemos foi: as empresas procuram, recrutam os imigrantes e são responsabilizadas pela legalização e pela habitação dessas pessoas.
Do lado da entrada escancarada, acabamos com simples manifestação de interesse», afirmou o líder da AD no distrito, esclarecendo que durante esse processo se o vínculo entre a empresa e o imigrante for quebrado, este «terá de regressar» ao país de origem.
O cabeça de lista por Braga admite ainda a abertura do debate sobre o prazo para a obtenção da cidadania portuguesa.
Na habitação, a par dos incentivos fiscais para os jovens até 35 anos que se vão manter, o candidato lembrou que a AD duplicou o número de casas que vão ser construídas no âmbito do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], num total de 60 mil. Apontou ainda a desburocratização para agilizar a construção de nova habitação, de forma de reduzir os preços.
A carga fiscal também foi abordada nesta entrevista, com Hugo Soares a esclarecer que houve de facto redução de impostos, mas também houve retenção na fonte, o que fez com que as pessoas ficassem com mais dinheiro no fim do mês. Isso fez com que o valor do reembolso em sede de IRS diminuísse.
A coesão e o investimento público no desenvolvimento dos territórios de baixa densidade são um legado da matriz dos governos PSD/CDS. É uma mais-valia que o cabeça de lista da AD no distrito, Hugo Soares, fez questão de evidenciar numa sessão pública com autarcas e simpatizantes do concelho da Póvoa de Lanhoso. Olhando para «o imenso trabalho feito em apenas 11 meses de governo sob a liderança de Luís Montenegro», o líder dos candidatos a deputados pela AD elencou um rol de «ações e medidas tomadas e investimentos lançados que comprovam o compromisso com as populações e os territórios». «É uma relação de confiança que marca e que os portugueses reconhecem. O governo da AD cumpriu, atuando sempre com o foco nas pessoas, resolvendo os problemas e lançando o país para um novo ímpeto de reformas e desenvolvimento. E isso sentiu-se particularmente no distrito de Braga, sustentou.
Hugo Soares aludiu mesmo «a inúmeros projetos que saíram das gavetas bloqueadas pelos socialistas», vincando a distinção em relação às governações do PS, que sempre optaram por «sistematicamente concentrar os recursos do Estado nas grandes áreas metropolitanas de Lisboa e Porto, provocando desequilíbrios e empobrecendo o país».
Para o líder da AD, coligação PSD-CDS, o «retorno efetivo» de investimento público em Portugal – com o governo da AD – vem «reforçar a aposta na coesão».
Nesse sentido apontou o lançamento de obras no distrito, mas também medidas importantes ao nível da valorização de diferentes setores, com particular enfoque na agricultura, nas florestas e nas vias de comunicação.
Na educação, sublinhou o caso da ampliação do adequado financiamento das escolas de ensino profissional, com atualização do valor do financiamento por aluno e com majoração pelo contexto social e territórios de baixa densidade. Só no distrito de Braga foram também protocoladas mais de 3253 casas para combater o flagelo da falta de a habitação.
«A AD tem um projeto fiável, ambicioso, responsável, abrangente e inclusivo. Cumpriu com os portugueses e com o distrito de Braga. É, por isso, com toda a legitimidade e também com grande humildade, que a AD pode pedir um voto reforçado para uma governação estável, sólida e que traga ainda melhores resultados para o país e para a as pessoas», defendeu Hugo Soares, cabeça de lista da AD, que em 2024 elegeu oito deputados pro Braga.
Hugo Soares e a AD terminam as respostas com um novo apelo ao voto na dar seguimento à «boa governação» interrompida.
Hugo Soares diz que nesta legislatura o partido de André Ventura não só foi «cúmplice do PS como também «desprestigiou as instituições».

Fotografia
DR
Francisco de Assis
Jornalista
Publicado em 14 de maio de 2025, às 11:38