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BCE sobe taxas de juro em 0,75% - prestações de crédito vão agravar

BCE sobe taxas de juro em 0,75% - prestações de crédito vão agravar
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Publicado em 27 de outubro de 2022, às 17:15

Os portugueses vão sentir a subida essencialmente no agravamento das prestações de crédito a ser pagas aos bancos.

A expectativa dos mercados foi cumprida. O Banco Central Europeu (BCE) voltou, esta quinta-feira, a subir as suas taxas de juro de referência em 0,75 pontos percentuais, no terceiro movimento forte de taxas consecutivo na zona euro. Para os portugueses, a subida vai ser sentida no agravamento das prestações de crédito a ser pagas aos bancos. A subida dos juros começou em julho, depois de um longo período em que as taxas se fixaram em mínimos históricos, num aumento de 0,5 pontos percentuais (p.p.). Em setembro, a subida foi de 0,75 p.p., algo que se repete agora em outubro. A decisão do conselho de governadores do BCE coloca a taxa de juro de refinanciamento do BCE - a taxa a que o banco central empresta dinheiro aos bancos comerciais no curto prazo - em 2% e taxa de juro de depósito - a que os bancos comerciais podem depositar as suas reservas no banco central - a 1,5%.  Tal significa que, no espaço de poucos meses, as taxas de juro passam dos 0% para os dois pontos percentuais. Na prática, a subida das taxas de juro vai sentir-se num aumento de encargos, como é o caso dos empréstimos bancários. «Com este terceiro grande aumento consecutivo das taxas diretoras, o conselho do BCE avançou consideravelmente com a eliminação da acomodação da política monetária», adianta a instituição, em comunicado, antevendo que espera continuar a aumentar as taxas de juro com o objetivo de atingir uma inflação de 2%. O objetivo do BCE com a subida das taxas de juro é limitar a procura na economia, de modo a que, consequentemente, os preços de equilíbrio dos produtos baixem ou não subam tão rapidamente, controlado a inflação. Contudo, ao mesmo tempo, esta pressão negativa pode criar uma recessão, além de ter um impacto direto imediato nas famílias e empresas portuguesas, devido à consequente subida das taxas Euribor, o indexaste mais utilizado em Portugal nos créditos concedidos pelos bancos.
Autor: Diana Carvalho