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Dia Internacional da Mulher

1. Celebra-se em 08 de março o Dia Internacional da Mulher.Teve origem nas reivindicações de operárias de uma fábrica de têxteis em Nova Iorque, em 1857. Revoltadas comcondições de trabalho bastante precárias, fizeram greve e manifestaram-se contra os salários baixos, o excesso de horas de trabalho, as más condições da fábrica.
Em 1908 mais de14 mil mulheresmarcharam nas ruas de Nova Iorque. Além de reivindicaram o mesmo que as operárias no ano de 1857 estenderam as exigências ao direito de voto.
Em consequência decidiu-se celebrar o Dia Internacional da Mulher no último domingo de fevereiro. Assim aconteceu pela primeira vez em 1909 e pela última em 1913, pois, durante uma conferência mundial decorrida em Copenhaga (Dinamarca), foi proposta a data de8 de março.
Não obstante ser comemorado desde 1909, o Dia Internacional da Mulher só foi proclamado oficialmente pelas Nações Unidas em 1975. E só em 1979 foi aprovada a Convenção para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres.
2. Recordo, a propósito, a homilia que o Papa Francisco proferiu em 01 de janeiro, solenidade de Santa Maria Mãe de Deus. Parte considerável foi dedicada à defesa da dignidade da mulher.
A partir do texto bíblico, onde se fala de Jesus nascido de uma mulher, o Santo Padre denunciou um conjunto de situações de que muitas mulheres são vítimas:
«As mulheres, disse, são fontes de vida; e, no entanto, são continuamente ofendidas, espancadas, violentadas, induzidas a prostituir-se e a suprimir a vida que trazem no seio.
Toda a violência infligida à mulher é profanação de Deus, nascido de uma mulher.
A salvação chegou à humanidade a partir do corpo de uma mulher: pelo modo como tratamos o corpo da mulher, vê-se o nosso nível de humanidade.
Quantas vezes o corpo da mulher acaba sacrificado nos altares profanos da publicidade, do lucro, da pornografia, explorado como se usa uma superfície qualquer.
Há que libertá-lo do consumismo, deve ser respeitado e honrado; é a carne mais nobre do mundo: concebeu e deu à luz o Amor que nos salvou!
Ainda hoje a maternidade é humilhada, porque o único crescimento que interessa é o económico.
Há mães que, na busca desesperada de dar um futuro melhor ao fruto do seu seio, se arriscam a viagens impraticáveis e acabam julgadas como número excedente por pessoas que têm a barriga cheia, mas de coisas, e o coração vazio de amor.»
Na opinião do Papa Francisco a construção de um mundo melhor passa pelo respeito devido à dignidade da mulher. Afirmou, na referida homilia:
«Se queremos um mundo melhor, que seja casa de paz e não palco de guerra, tenhamos a peito a dignidade de cada mulher. Da mulher, nasceu o Príncipe da paz.
A mulher é doadora e medianeira de paz, e deve ser plenamente associada aos seus processos decisores.
Com efeito, quando é dada às mulheres a possibilidade de transmitir os seus dons, o mundo encontra-se mais unido e mais em paz.
Por isso, uma conquista a favor da mulher é uma conquista em prol da humanidade inteira.»
3. É imperioso respeitar a mulher. Toda a mulher. Imperioso é também que toda a mulher se respeite a si mesma e se faça respeitar.
Não é lícito generalizar, mas a verdade exige se diga haver mulheres que revelam não terem grande consciência da sua dignidade e da nobreza da missão que são chamadas a desempenhar.
É mau coisificar a mulher. É igualmente mau haver mulheres que se coisificam, reduzindo-se elas mesmas à condição de objeto que se aluga.
Há situações que a mulher não deveria tolerar e a que não deve dar pretexto.
Que algumas mulheres se libertem de preconceitos e do medo que as tolhe e as levam a suportar o insuportável.

Autor: Silva Araújo
DM

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5 março 2020