E por isso, «prevenção é a palavra-chave para gerir Portugal», defendeu o ministro do Ambiente explicando que foram destinados cerca de 900 milhões de euros em dez anos.Das 46 áreas críticas no país que estão identificadas, «há quatro delas que não conseguimos defender», reconheceu o ministro, referindo-se às zonas de Esposende (Braga), onde existem «habitações ilegais e legais e não existe qualquer forma de as proteger».
A única solução passaria por prejudicar a praia, construindo uma espécie de “montanha de pedra”, o que para o ministério do ambiente “não faz qualquer sentido”.O projeto passa por isso pela demolição das habitações, mas com uma garantia: “Todas as famílias que vivem nestas habitações, independentemente de serem legais, tem direito a ser realojadas”.
Já na semana passada o ministro do Ambiente e da Transição Energética tinha afirmado que não havia forma de proteger os núcleos habitacionais de Pedrinhas, Cedovém e Ofir Sul, defendendo que havia condições para avançar para uma demolição dos bairros.A relocalização e o levantamento detalhado de todas essas casas deverá ser feito já no próximo ano através de verbas do Fundo Ambiental. No âmbito do período de discussão pública do Plano da Orla Costeira Caminha-Espinho, na semana passada, João Pedro Matos Fernandes adiantou que, no caso das «casas que são legais terá de necessariamente haver uma indemnização, mas para todos os casos legais ou ilegais, quando forem de primeira habitação, tem de ser encontrada uma solução de realojamento» que será financiada pelo Programa 1.º Direito, de Apoio ao Acesso à Habitação. Segundo o ministro, «ficou também absolutamente claro» que relativamente aos apoios de praia e aos restaurantes que têm licenças, só quando estas terminarem, seja daqui a um ano seja daqui a dez, estes serão relocalizados. Matos Fernandes garantiu ainda que o ministério vai apresentar uma proposta no sentido de rever a proibição de construção em zonas urbanas consolidadas prevista no novo Plano da Orla Costeira entre Caminha e Espinho, que era uma das principais preocupações dos autarcas.
O novo Plano da Orla Costeira entre Caminha e Espinho determina a destruição de 34 edifícios,O novo Plano limita, e em muitas zonas até proíbe, a construção de habitações em frente ao mar e preconiza o recuo planeado de 14 aglomerados, dos quais 12 estão em “áreas críticas” mais expostas a fenómenos extremos e ao risco de erosão e de inundações. Em causa está a retirada progressiva de edifícios em risco ou construídos ilegalmente em cima das dunas nas praias da Amorosa, Pedra Alta (Viana do Castelo), Pedrinhas, Cedovém, Suave Mar, Ofir Sul (Esposende), Aver-o-Mar (Póvoa de Varzim) Congreira, Mindelo, Pucinho (Vila do Conde), Marreco (Matrosinhos), Madalena, Valadares (Gaia) e Paramos (Espinho).
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