twitter

Indústria têxtil acusa poder político de pouco reconhecer importância do setor

Fotografia DM

Redação

Publicado em 27 de novembro de 2024, às 10:09

26.º Fórum da Indústria Têxtil decorreu em Famalicão, que está a ser este ano Região Empreedndedora Europeia.

O presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) acusou ontem o poder político sediado em Lisboa de pouco reconhecer a importância do setor.

A afirmação foi feita na abertura do 26.º Fórum da Indústria Têxtial que decorreu em Vila Nova de Famalicão com a presença do secretário de Estado da Economia. «Os setores tidos por mais tradicionais são setores que muitas vezes são esquecidos pelo poder político. Nós trabalhamos muito e somos pouco reconhecidos por Lisboa. É algo que temos que mudar porque a nossa importância, aquilo que nós produzimos, é muito superior àquilo que nós reclamamos do poder político. Temos que fazer ouvir mais a nossa voz», disse Mário Jorge Machado.

O presidente da ATP aproveitou a presença do secretário de Estado da Economia para apresentar um conjunto de reinvindicações para setor, começando pela energia. «Nós temos que ter energia a preços competitivos. Os incentivos para termos energia a preços competitivos são muito importantes. Mas, também precisamos de ter facilidade de acesso às redes. Temos que fazer com que as empresas invistam na produção da sua própria energia a preço competitivo, as empresas têm que ser capazes de produzir a sua emergia no local onde a consomem», salientou.

Por outro lado, reivindicou a simplificação e eficiênca do Estado, acusando o país de ter demasiada burocracia. «Precisamos de um verdadeiro simplex para digitalizar processos, unificar plataformas, termos uma abordagem do Etado centrada no utilizador, que são as empresas,e não continuar a complicar a vida das empresas», salientou.

O presidente da ATP defendeu ainda incentivos à produção e à internacionalização, pedindo ainda que as candidatura aos existentes devem ser mais simples e as repostas mais rápidas. Por outro lado, reivindicou «uma fiscalidade mais amiga das empresas» que não olhe para as empresas como um inimigo da economia, e a alteração da sustentabilidade nas compras públicas.

Mário Jorge Machado defendeu ainda a melhoria da qualificação e capacitação das pessoas que trabalham na indústria têxtil. «Não podemos continuar a crescer sem investirmos na requalificação que tem hoje um novo paradigma. Nós hoje vamos precisar muito de pessoas com competências nas novas tecnologias, nomeadamente, na Inteligência Artificial», salientou.

Outro ponto apresentado como essencial para setor é o da circularidade e a economia verde. «Estamos numa mmudança de paradigma. Nós temos que construir uma economa circular», sustentou, realçando que, com a legislação que a União Europeia está a produzir abrem-se «oportunidades muito grandes». Para o presidente da ATP, o têxtil tem desafios e oportunidades par aser mais forte.

Setor têxtil português é único na Europa 

O secretário de Estado da Economia reconheceu ontem que Portugal tem uma indústria têxtil e um tecido empresarial «quase único na Europa. «Uma grande porcentagem das exportações do setor está em mercados da zona euro, que estão afetados, mas olhei para os números do textil, por exemplo, neste ano, e vê-se a boa performance que está a ter nos Estados Unidos, o que também mostra que a diversificação de mercados e a procura por outros tipos de mercados vai dar aqui outra capacidade de nos posicionarmos», disse João Rui Ferreira no 26.º Fórum da Indústria Têxtil.

O governante admitindo que o momento que vivemos, apesar de ser conjunturalmente difícil, á verdade é que, pelo discurso do presidente da ATP, e pela capacidade empresarial instalada no terreno, «não haverá também muitos setores tão preparados para ultrapassar o momento conjuntural, partir para um crescimento futuro». «Portugal conta obviamente com este setor. É um setor que os portugueses têm muito orgulho, é um setor que nos diferencia a um nível global, e diferencia sobretudo pelas pessoas, pelos seus empresários pelos seus trabalhadores e por todo o ecossistema que está à volta dele. Não tenho dúvidas que daqui por alguns meses estaremos aqui a ver já uma inversão nesta tendência das exportações e um crescimento porque, obviamente estão a antecipar e estão a fazer o trabalho que é necessário», acrescentou.