Os horticultores da Póvoa de Varzim, distrito do Porto, viram-se impossibilitados de escoar para o mercado mais de 200 toneladas de alface, devido às contingências provocadas pela pandemia de covid-19, acabando por inutilizar essas culturas.
"Atrasaáos a colheita até ao limite, mas não houve forma de escoar o produto para o mercado. Quando a alface perde qualidade para ser vendida, também já não serve para comer. Por isso, tivemos de as arrancar e incorporar no solo como fertilizante", explicou à agência Lusa Manuel Silva, presidente da Horpozim, Associação Horticultores da Póvoa Varzim.
O dirigente estimou o prejuízo em "várias dezenas de milhar de euros" e apontou o encerramento dos restaurantes, hotelaria, mercados e feiras como uma das principais dificuldades para vender os produtos hortícolas.
"Na restauração e hotelaria, as saladas são, muitas vezes, colocadas à disposição do cliente, quer este coma ou não. Mas, com esses estabelecimentos fechados, os canais para escoar produtos hortícolas diminuíram e a oferta aumentou. Além disso, nestes últimos meses também as feiras e mercados estiveram encerrados, retirando outras possibilidades de venda", disse Manuel Silva.
O líder da Horpozim, que engloba cerca de 600 produtores da Póvoa de Varzim, mas também de concelhos vizinhos, apontou, ainda, que alguns produtos que normalmente eram encaminhados para a exportação também "não foram vendidos, devido uma falta generalizada de transporte que se verificou desde meados de março".
 
 Autor: Redação / NC
                                                                    
                       
    
                                
                                Horticultores da Póvoa de Varzim sem conseguir escoar mais de 200 toneladas de alface
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        Publicado em 12 de maio de 2020, às 01:21
