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Mudanças precisam-se

Quando um novo Governo assume funções temos sempre esperança que o desporto, a exemplo de outras áreas, venha a ter maior preponderância na vida de todos os portugueses. Espero realmente que os responsáveis pelo setor encontrem soluções adequadas às novas transformações da sociedade, nesta nova era da inteligência artificial (IA), podendo vir a constituir um marco fundamental numa nova política desportiva para o país. Todos sabemos que o desporto é constituído por um conjunto de diversas atividades e que contribui para o desenvolvimento integral dos jovens promovendo o bem-estar e a consequente melhoria da saúde pública, para além da sua dimensão social na inclusão e aproximação de pessoas e povos. Por isso deve ser incentivado a sua prática alargando e melhorando os níveis de participação, combatendo o sedentarismo e as doenças precoces que estão a assolar a sociedade atual. Nesse sentido, compete ao estado proporcionar a prática desportiva a todos os cidadãos, garantindo igualdade de acesso às actividades desportivas sem discriminações sociais, físicas ou de sexo. Sabemos que a escola é o local ideal para que crianças e jovens adquiram hábitos de prática desportiva no sentido de se alcançar no futuro valores sociais mais elevados e determinantes na qualidade dum estilo de vida mais activo e saudável. Na avaliação ao estado do nosso desporto, e face às exigências actuais da nossa sociedade, é constatado por todos os agentes, instituições, e o próprio governo, que urge fazer algo, reconhecendo também que o modelo que vigora atualmente está caduco e decadente, pelo que é imperioso que se tomem medidas profundas e arrojadas, medidas que naturalmente não agradarão a todos e irão romper com muitos interesses e hábitos instalados! Mas, quanto a mim, não haverá mais tempo a perder!! Todos reconhecemos que as alterações a introduzir são urgentes em aplicá-las, mas que poderão não ser muito bem aceites por quem está comodamente instalado e acomodado. Mas, mais do que tudo isto, penso que o desafio, independentemente das grandes linhas orientadoras, deverá ter por base a construção de processos de relação entre os diversos subsistemas que permitam a laboração de "parcerias estratégicas" de grande abrangência e de intervenção social. Como agente ligado ao movimento desportivo gostaria de deixar aqui o meu modesto contributo naquilo que penso serem temas vitais para o desenvolvimento desportivo deste país: 1) Manutenção do Desporto Escolar no Ministério da Educação; 2) Leccionação da Expressão e Educação Físico-Motora no 1º Ciclo do Ensino Básico, por agentes de Educação Física, especializados nesta variante; 3) Reformulação do Financiamento ao Sistema Desportivo Federado; 4) Reflexão sobre a construção dos equipamentos desportivos naquilo que será a prioridade, tipologia e qualidade na implementação dos mesmos; 5) Formação de novos agentes desportivos (técnicos, dirigentes, árbitros, etc.). Naturalmente que estes temas serão a base para uma discussão mais alargada e aprofundada. Deste modo, penso que deveria ser atribuído maior intervenção do IDPJ em cada região dotando-as de mais competências, atribuindo-lhes por exemplo a inclusão das associações distritais de modalidade com pouca expressão local ou regional, já que estas delegações beneficiam de uma estrutura montada (logística e técnica), concedendo-lhes ao mesmo tempo maior autonomia financeira para desenvolvimento e acompanhamento do fenómeno desportivo. Estou certo que estas alterações, entre outras, só trariam benefícios económicos É que se não houver coragem política para as reformulações tudo vai ficar como dantes e o desporto português ficará cada vez mais na cauda da União Europeia.


 

Luís Covas

Luís Covas

31 outubro 2025