São Miguel é o orago de muitas localidades em todo o Portugal, algumas com referências muito antigas como é o caso da Igreja de São Miguel do Castelo, em Guimarães, junto do Paço dos Duques de Bragança, onde segundo a tradição terá sido batizado o nosso primeiro rei-Dom Afonso Henriques. A referência mais antiga a este monumento data de 1216. Também em Coimbra, na universidade, a Capela de São Miguel remonta ao século XVI, provavelmente construída sobre uma antiga capela do século XII. (1)
Passando há dias pela capital do Luxemburgo tive a oportunidade de visitar a igreja de São Miguel, bem no cento da cidade, junto do castelo fortificado, tendo verificado que foi dedicada no ano de 987 pelo arcebispo Egebert de Tréves. No entanto, na Europa Ocidental, as igrejas mais antigas dedicadas a São Miguel são o Santuário de São Miguel Arcanjo no Monte Gargano (Itália), fundado por volta de 490-494, e o Monte de Saint-Michel (França), cuja abadia foi iniciada no século VIII. (1)
Saliente-se que já no século V se celebrava em Roma, a 29 de setembro, o aniversário da dedicação de uma basílica em honra do Arcanjo São Miguel.
Não é, por isso, estranho que a paróquia de Morreira tenha adotado o Arcanjo São Miguel como padroeiro.
Como natural desta linda e vetusta freguesia e conhecedor de longa data da forma como são realizadas estas festas apenas posso dizer PARABÉNS à comissão de festas e a todos os que de algum modo colaboraram.
Parabéns pelos grupos musicais que conseguiram contratar e pelas músicas que passaram através dos autofalantes.
Parabéns pelo serviço de bar e petiscos.
Parabéns pelo fogo de artifício.
Parabéns pela excelente divulgação nas redes sociais e nos jornais regionais.
Especiais parabéns pelos serviços religiosos, nomeadamente pela solene Eucaristia e majestosa procissão.
Em suma, os festeiros foram dedicados, trabalhadores, mobilizadores e persistentes pois os morreirenses em peso disseram, presente.
A parte religiosa foi esplendidamente bem organizada e participada, demonstrando o amor e amizade que todos dedicam a esta festa e que muito fortalece a união entre os paroquianos, honrando devidamente aquele a quem é dedicada – O glorioso Arcanjo São Miguel.
Não faltaram os cavalos e os cavaleiros na abertura da procissão logo seguidos da fanfarra dos escuteiros, que muito a abrilhantaram e dignificaram.
Os andores, em número nunca antes visto, alguns dos quais com imagens cedidas por paroquianos zelosos, iam todos muito bem adornados com flores naturais e levados em ombros por fiéis dedicados e fervorosos. Os vários figurantes, com trajes bem adequados à cerimónia, foram uma verdadeira catequese ao vivo tendo dado ao cortejo processional um brilho e interioridade por todos muito apreciado.
Rematava a secção dos andores, como não podia deixar de ser, a imagem do Arcanjo São Miguel. Saliente-se que esta linda escultura, há poucos anos muito bem restaurada, tem patente de forma bem visível um escudo suportado pela mão esquerda onde se pode ler o que o seu nome significa- Quem como Deus? Obviamente que a resposta está implícita- ninguém é como Deus.
Finalmente seguia o povo, dando o seu testemunho de fé e respeito pelo seu padroeiro, entoando cânticos apropriados.
Sem margem para dúvidas, e como muito bem salientaram o então presidente da junta da União de freguesias de Morreira e Trandeiras Manuel Azevedo Martins e os festeiros, esta festa vai muito para além dos limites e das gentes da freguesia. São os amigos, os convidados, os amigos dos amigos, os imigrantes, as populações das freguesias vizinhas que, ano após ano, comparecem nesta grandiosa festa que a todos trás paz, alegria e vontade de no próximo ano voltar.
Do ponto de vista espiritual, como referiu o senhor padre Luís Faria Pedro, foi “uma oportunidade para os devotos aprofundarem os seus conhecimentos sobre São Miguel Arcanjo, considerado um dos mais poderosos anjos e o mais famoso dos guerreiros de Deus contra o mal”.
Algumas datas, locais e monumentos referidos foram obtidos através de: www. google.com