Os 7 candidatos à presidência do Comité Olímpico Internacional (IOC) para o próximo ciclo desta Organização, apresentaram recentemente os seus manifestos com diferentes visões estratégicas, mas todos eles com um objetivo comum, o de “fortalecer o Movimento Olímpico, o seu impacto global e a sua sustentabilidade”.
O candidato francês David Lappartient, atual presidente da União Ciclística Internacional e do Comité Olímpico do seu país, prioriza a inclusão, a sustentabilidade e a governança adequada. Propõe uma maior solidariedade com atletas de países em desenvolvimento e o fortalecimento do legado ambiental dos Jogos Olímpicos, mantendo os valores tradicionais do olimpismo.
Feisal Al Hussein, Príncipe da Jordânia, destaca na sua proposta o papel do desporto como ferramenta de unificação global, centrando-se nos temas da inclusão, sustentabilidade e integridade, com o objetivo de fazer do desporto uma prioridade das agendas nacionais e internacionais, mantendo ainda um forte foco no desenvolvimento da juventude e no bem-estar dos atletas.
O Sueco Johan Eliasch, atual Presidente da Federação de Esqui e Snowboard, concentra as suas atenções na modernização do IOC, defendendo a digitalização e o uso de Inteligência Artificial (IA), junto com uma abordagem empresarial para tornar o Movimento mais eficiente. Eliasch dá particular relevância à sustentabilidade, igualdade e criação de um plano estratégico como roteiro do desenvolvimento imediato do IOC.
Juan Antonio Samaranch, espanhol, filho do antigo Presidente do IOC (1980-2001) com o mesmo nome, apoiado em sua longa experiência no IOC, propõe ações para manter a relevância dos Jogos Olímpicos e liderança do movimento desportivo global. Ele sugere um equilíbrio entre inovação e tradição, abordando questões como a dispersão geográfica dos Jogos e o impacto ambiental, enquanto enfatiza uma maior colaboração com os Comités Organizadores dos eventos do IOC.
Kirsty Coventry, a nadadora olímpica do Zimbabué, propõe um enfoque em cinco pilares principais: aproveitar o poder do desporto, maximizar a colaboração, fortalecer parcerias, promover o desenvolvimento sustentável e avançar com credibilidade e confiança. A sua visão inclui maior envolvimento dos atletas, adoção de tecnologias modernas como os e-sports e ampliação da relevância do Movimento Olímpico para novos públicos.
O atual Presidente da Federação Internacional de Ginástica, Morinari Watanabe, apresenta uma visão inovadora, nomeadamente dividir os Jogos entre 5 cidades de diferentes dos 5 continentes para reduzir custos e aumentar a acessibilidade, defendendo também um sistema de governança mais “aberto” com maior participação e atividade de todas as partes interessadas.
O britânico Sebastian Coe, atual presidente da World Athletics, prioriza a excelência desportiva, a proteção e valorização do desporto feminino e o fortalecimento do combate ao doping, propondo ainda um maior empoderamento de atletas e todas as partes interessadas, focado no uso da tecnologia disponível na relação com os jovens e promoção da sustentabilidade.
A escolha da nova liderança do IOC, a ser realizada em março de 2025 pelos 111 membros individuais, terá um impacto significativo nos próximos anos. Essa decisão marcará o início de um novo capítulo, sucedendo a liderança de Thomas Bach, que enfrentou 12 anos de desafios consideráveis, incluindo a pandemia de COVID-19 e uma conjuntura internacional marcada por conflitos e instabilidade.