O Arcebispo Metropolita de Braga, D. José Cordeiro, destacou esta terça-feira «a união» entre os bispos das Províncias Eclesiásticas de Braga e de Santiago de Compostela.
Falando à margem do encontro anual que reuniu na diocese de Viseu os bispos das duas Províncias, D. José Cordeiro sublinhou o «caminho sinodal» que está a ser percorrido pelos bispos portugueses e espanhóis.
«Estamos a fazer um caminho sinodal de proximidade, fraternidade e partilha daquilo que nos inquieta», disse o Arcebispo de Braga e Primaz das Espanhas, citado num comunicado enviado ao Diário do Minho pelo Gabinete de Comunicação da diocese de Viseu.
O Prelado bracarense, que descreveu o encontro como sendo «de oração, de partilha e de convívio em caminho sinodal», sublinhou «a necessidade de se conhecerem experiências que oferecem boas práticas, num tempo complexo, desafiante, mas ao mesmo tempo esperançoso».
Conforme vincou, apesar de os bispos presentes no encontro de Viseu representarem dioceses com realidades e identidades próprias, estiveram «unidos no mesmo sentir», até porque fazem parte «da mesma e única Igreja que é Una, Santa, Católica e Apostólica».
O bispo da diocese de Viseu, D. António Luciano, anfitrião do encontro, realçou a importância deste dia como uma oportunidade de partilha sobre a realidade das várias dioceses, que incidiu sobre a formação e acompanhamento dos sacerdotes, do trabalho que se faz na formação permanente e na ajuda espiritual e pastoral.
«Este enriquecimento da partilha é também uma forma de caminho sinodal, que nós todos estamos a fazer. Até porque há mudanças na Igreja e nós queremos estar atentos. Queremos ser pastores a olhar com esperança para o futuro, ajudando-nos uns aos outros e acompanhando todos, para que a Igreja se renove e possamos dar respostas ao mundo de hoje», disse D. António Luciano, citado no comunicado enviado ao DM. O Prelado de Viseu frisou, ainda, que «a espiritualidade e a formação permanente precisam de andar de mãos dadas»..
Já o Arcebispo de Santiago de Compostela, D. Francisco José Prieto, destacou as raízes históricas e culturais das Províncias Eclesiásticas de Braga e de Santiago de Compostela, tendo salientado que são muitas, a par de algumas realidades pastorais.
«Esta visita, além do ponto de vista cultural, que é importante, serve para partilharmos desafios e preocupações pastorais que afetam os sacerdotes e a formação dos seminaristas. Permite-nos encontrar ações que nos ajudem a fazer caminhos também dentro da sinodalidade e que possamos trabalhar em conjunto, porque temos muito em comum», salientou o Arcebispo de Santiago de Compostela.
O encontro dos bispos das duas Províncias Eclesiásticas, que teve lugar na Casa Episcopal da diocese de Viseu, começou ao início da manhã com um momento de oração e reflexão, seguindo-se uma reunião de trabalho no Salão Nobre, centrada essencialmente na formação e acompanhamento dos presbíteros.
«Terminada a reunião, os bispos juntaram-se num almoço-convívio, onde tiveram a oportunidade de estreitar laços de amizade e cooperação entre as várias dioceses», refere o comunicado enviado ao Diário do Minho. Acrescenta o documento que, da parte da tarde, os bispos visitaram a Catedral de Viseu e o Museu Tesouro da Catedral, com uma visita guiada feita pela coordenadora dos Bens Culturais da Diocese de Viseu, Fátima Eusébio.
Os bispos das Provínvias de Braga e de Santiago de Compostela «tiveram, ainda, a oportunidade de conhecer o Museu Nacional Grão Vasco, que outrora foi paço episcopal e onde começou o Seminário Diocesano». No museu, os bispos foram recebidos pela diretora do Museu, Odete Paiva, que os acompanhou na visita.