O presidente da Câmara de Viana do Castelo disse hoje que a construção do mercado municipal não é afetada pelos vestígios arqueológicos do antigo convento de São Bento, encontrados durante as escavações no local onde existiu o prédio Coutinho.
Em declarações aos jornalistas no final da última reunião do mandato que agora termina, Luís Nobre, reeleito nas autárquicas de 12 de outubro, explicou que “a obra tem várias fases e tarefas”.
“Para já, não há nada que implique com a dinâmica da obras porque há tarefas que vão continuar, em paralelo com o trabalho que está a ser feito a nível da arqueologia, em absoluta articulação com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDRN)”, disse o autarca, apontando como exemplo “a instalação de infraestruturas ou reconstrução das existentes, ao nível da rede de água, entre outras”.
Luís Nobre especificou que os vestígios foram encontrados no parque de estacionamento, à superfície, que existia nas traseiras do prédio Coutinho, desconstruído em 2022 para instalação do novo mercado municipal.
O autarca socialista adiantou que era expectável que durante a obra fossem encontrados achados arqueológicos pelo facto de a construção ocorrer em pleno centro histórico da cidade.
“Nós já sabíamos que ali existiam vestígios. Estávamos conscientes que tínhamos de fazer as escavações e, durante as escavações, [apareceram] vestígios que têm de ser interpretados”, referiu.
Segundo Luís Nobre, os serviços camarários têm reunido quinzenalmente com o departamento de arqueologia CCDRN, sendo que “o registo do achado arqueológico está feito”.
“Neste momento, em gabinete, está a ser transposto este registo para os vários meios digitais e analógicos, habituais neste tipo de situação. Esta semana, os serviços de arqueologia da autarquia e da CCDRN voltam ao terreno. Vão tomar decisões sobre o que foi feito e começar a definir uma estratégia relativamente ao que vai acontecer no futuro. Se há ou não necessidade de proteger, se há que apenas registar e voltar a cobrir”, disse.
A igreja de S. Bento é o que ainda hoje resta do antigo convento de freiras beneditinas do século XVI.
A empreitada de construção do novo mercado, avaliada em 13,376 milhões de euros, começou no dia 29 de setembro.
A obra está a cargo da Arlo S. A., empresa de Braga que opera nas áreas da construção civil, obras públicas e reabilitação.
O projeto do novo mercado “está estruturado em duas grandes intervenções, o edifício propriamente dito, cuja localização é sobre a implantação do desconstruído Edifício Jardim/Prédio Coutinho”, e a “reabilitação do espaço envolvente exterior ao novo Mercado Municipal de Viana do Castelo”.
Esta reabilitação “é um projeto complementar à execução do edifício do mercado e que tem como objetivo requalificar e revitalizar o tecido urbano, atrair e fixar população para o centro histórico, atrair e dinamizar o tecido económico do centro histórico, contribuir para a preservação e valorização do património construído, reforçar a atração turística e a oferta cultural dos serviços”.