Carlos Vicens, técnico do SC Braga, disse hoje que apesar do Estoril «não atravessar a melhor fase da temporada» tem números interessantes, como o número de golos marcados, e, além disso «é uma equipa que entra para ganhar e não especula». O treinador tem ainda como referência o desempenho da equipa estorilista no Estádio do Dragão, onde dificultou a vida ao FC Porto. «Vem-me sempre à cabeça o que fizeram ao FC Porto, fora de casa, também marcam muitos golos e são das mais rematadoras da Liga».
O SC Braga, no melhor momento da época, visita o Estoril. O que esperar do jogo?
«É óbvio que estamos num dos melhores momentos da temporada, porque a equipa está num bom momento, com um nível de assimilação das ideias alto, desde que chegámos. Já há algum tempo que a equipa sabe o que fazer e como jogar. Vamos defrontar um rival que não atravessa o seu melhor momento em termos de resultados, mas que nos vai colocar dificuldades. É verdade que o nosso adversário não atravessa o seu melhor momento, mas não deixa de ser um adversário difícil. Vem-me sempre à cabeça o que fizeram ao FC Porto, fora de casa, não há muito tempo. Não podemos esquecer que tem 22 golos marcados, um dos melhores ataques da Liga e são das mais rematadoras da Liga. Uma equipa que gosta de dominar e que tem versatilidade, o que dificulta prever como vai ser o jogo. Temos de fazer um jogo muito bom, caso contrário vai ser muito difícil conseguir a vitória».
Pouco descanso até ao jogo com o Benfica. O que espera tirar positivo no final deste ciclo?
«O foco está apenas em amanhã. O desafio de ir ao Estoril e de conseguir uma vitória é suficientemente grande para que não desviemos o foco. Dois dias de preparação apenas, viagem até Lisboa e preparar bem um encontro com um nível de dificuldade alto. É nisso que temos de trabalhar».
Estoril forte no ataque, mas também é das equipas que sofre mais golos. O que lhe diz isso?
«É uma equipa que entra para ganhar, não especula, sabe fazer as coisas e a sua proposta de jogo é muito valente. Os golos sofridos aconteceram em partidas concretas e temos de olhar de forma mais global. Quando os observas, vês que são uma equipa que consegue fazer coisas diferentes e tem muitas alternativas. Consegue fazer coisas diversas dentro do mesmo jogo. Este jogo vai requerer ajustes com o decorrer dos minutos e uma mentalidade de entreajuda grande para competirmos neste jogo ao nível máximo».
A equipa do SC Braga venceu o Santa Clara mas não fez um grande jogo. Não devia ter já maior regularidade exibicional?
“Respeito a opinião, mas não vi muitos jogos nesta temporada com equipas que não permitiram ao seu rival sair da sua área, durante 20 minutos, como fizemos com o Santa Clara. Estamos a evoluir de tal maneira que depois de 29 jogos, com ideias novas e diferentes, nos últimos dois meses, ideia de jogo clara, todos puderam ver como podemos jogar e isso faz com que cheguemos a estas alturas e num jogo em que não concedemos oportunidades, em que tivemos muita posse de bola, possa ficar a ideia de que devíamos ter feito mais. É certo que devíamos ter tido mais ocasiões, mas algo estamos a fazer bem, para que nos perguntem se não temos regularidade, porque quer dizer que já estão habituados a outra coisa. Isso diz-me que a equipa está a fazer as coisas muito bem, caso contrário não havia essa expectativa. Temos uma identidade clara, competimos bem, todos os jogadores se esforçam e, por isso, as pessoas esperam sempre uma exibição boa. Chegamos às 03h00 de Nice, fizemos um esforço grande para garantirmos 13 pontos na Liga Europa, a duas jornadas do fim. Descansamos e preparados o Santa Clara com pouco tempo e ganhámos ao Santa Clara nesse contextom, e as pessoas não estão satisfeitas porque esperavam mais, significa que estamos a fazer as coisas benm porque as expetativas são altas. Vamos continuar a trabalhar para que rendimento coletivo seja alto».
Sequência de vitórias ajuda a colmatar fadiga dos jogadores?
«Desde que iniciámos as partidas oficiais, em julho, sabíamos que o calendário denso. A equipa teve de se habituar e nunca serviu de desculpa para nada. Sabemos que vamos jogar de dois ou de três dias em três dias e temos de estar preparados. Isto é futebol de elite, se queremos jogar competições europeias temos de aceitar. Pode haver fadiga acumulada, mas o mais importante está na mentalidade, porque se tens a certa, isso pode ajudar o corpo. Os jogadores estão a render a um nível alto. Claro que também ver a equipa crescer, com melhores resultados, dá uma energia maior, as vitórias ajudam sempre, porque dão confiança. Nunca podemos usar o calendário como desculpa. Preparamo-nos com o que temos».