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Município e Confraria do Bom Jesus plantam 600 árvores com apoio dos alunos da Profitecla

Município e Confraria do Bom Jesus plantam  600 árvores com apoio dos alunos da Profitecla
Fotografia DM

Carla Esteves

Jornalista

Publicado em 28 de fevereiro de 2024, às 12:54

As espécies autóctones foram oferecidas pela Associação Agir pelo Ambiente

O Município de Braga e a Confraria do Bom Jesus do Monte voltaram hoje a unir esforços para concretizar mais uma ação de plantação de árvores no novo terreno da Confraria, situado junto à entrada em frente ao antigo Hotel Mãe D’Agua. Ao todo foram plantadas cerca de 600 árvores de três espécies autóctones oferecidas pela Associação “Agir pelo Planeta”, numa iniciativa que contou com a participação de 50 alunos das turmas de Turismo e Apoio à Gestão da Escola Profissional Profitecla.

O vereador do Ambiente da Câmara de Braga, Altino Bessa, recordou que esta não é a primeira iniciativa do género, nomeadamente neste espaço, tendo sido cedidas para este mesmo terreno, no ano passado, por parte do Município, 1500 árvores que tinham sido doadas à autarquia por uma empresa.

Altino Bessa realça que «não há muitos locais disponíveis, públicos ou de entidades que tenham áreas para plantar e que tenham as condições que este espaço tem, com cerca de três hectares».

«A ideia da Confraria do Bom Jesus é criar aqui uma “zona tampão”, uma mata com espécies autóctones, mais resistentes, e que de alguma forma, sirva de “tampão” à mata e ao próprio edificado do Bom Jesus para evitar situações como as de 15 de outubro de 2017, em que o incêndio da Falperra andou à porta do Bom Jesus», afirmou, salientando a importância de criar uma área de proteção à volta de todo este Património da Humanidade.

Altino Bessa explicou que o repto partiu da Associação “Agir pelo Ambiente”, que ofereceu ao Município de Braga 1500 plantas, entre as quais as 600 ontem plantadas, nomeadamente carvalhos e sobreiros, ficando as restantes reservadas para plantação em outras áreas do município.

Repto aos privados

Altino Bessa aproveitou para deixar um repto a proprietários de terrenos «limpos e em condições de receberem plantas» para que, se precisarem de apoio, contactem a autarquia.

«A Câmara tem um plano que só pode funcionar com a cooperação dos privados, pois nós não temos terrenos. Nós temos capacidade, através da parceria com outras entidades, de doar 100 mil plantas para o concelho todo», anunciou.

O presidente da Confraria do Bom Jesus, cónego Mário Martins, salientou que «a reflorestação e o espaço natural em geral são  uma preocupação da Confraria não apenas neste novo espaço, mas em toda a sua área, desde a limpeza à manutenção, e todo o cuidado com a área florestal».

«Isso é possível graças às parcerias que fomos criando com outras instituições, de modo particular com a Câmara de Braga e com as entidades que, através dela, nos chegam. Esta é uma propriedade privada e ao mesmo tempo pública, porque é de todos, daí queremos agradecer à Câmara, à Associação Agir pelo Planeta e à Profitecla por nos ajudarem a dar continuidade a este projeto», afirmou.

Mário Marins vincou que «o Bom Jesus tem uma palavra a dizer nesta dimensão ecológica, numa ecologia integral que deve fazer parte do quotidiano, mas também como sinal para as pessoas  que comungam deste ideal de tornar este planeta o mais sustentável possível».

«Isto faz parte da Plataforma Laudato Si, a que estamos ligados, que foi criada pelo Vaticano, pelo Papa Francisco. Esta é mais uma ação que queremos introduzir nessa plataforma de modo a que a Arquidiocese esteja também presente neste esforço de deixarmos este espaço melhor do que estava e ajudarmos este Planeta a encontrar o seu equilíbrio»

Manuel Reis, presidente da Associação Agir pelo Ambiente recordou que a associação já desenvolveu outras iniciativas em Braga, sendo a ideia dar continuidade a  este trabalho.

«Temos que pensar que temos que reflorestar e com floresta autóctone. Não podemos pensar só na monocultura e inclusivamente é obrigatório às cidades criarem um microclima para resistir àquilo que aí vem e este trabalho é fundamental para o futuro», afirmou.